Política Nacional de Combate ao Câncer tem desafios a enfrentar

Foto: Pixabay

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou neste mês a Lei Federal 14.758/23, que institui a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer. A política tem como objetivo a diminuição da incidência dos diversos tipos de câncer, a garantia de acesso ao cuidado integral e a contribuição para a melhoria de vida dos pacientes, além da redução da mortalidade e das incapacidades geradas pela doença.

Maria Del Pilar Estevez Diz, médica oncologista e diretora do corpo clínico do Instituto do Câncer do Estado de SP (Icesp), explica quais são as maiores dificuldades na identificação e tratamento da moléstia.

Número de casos aumenta

O câncer já é a principal causa de morte em diversos municípios do País e o número de casos tende a subir. Mas, longe de ser alarmante, esse dado é explicado pelo envelhecimento da população e pela melhora das condições de saúde pública: “Isso é natural: você controlou vários fatores de risco para doenças cardiovasculares, controla as doenças infecciosas, então o câncer aparece hoje como uma doença muito relevante”, explica a especialista. 

A nova política nacional deve enfrentar diversos desafios para cumprir a meta de reduzir e tratar os casos dessa doença. 

 A nova lei estabelece que o Sistema Único de Saúde (SUS) fixe um prazo de 180 dias para efetivar o uso de novas tecnologias oncológicas após a publicação na Lei Orgânica da Saúde.

Para Maria Del Pilar, a redução da mortalidade da doença deve ser feita com exames prioritários em casos de suspeita da doença e tratamento precoce: “Tem duas questões: a primeira delas é a população realmente aderir aos exames preventivos, como a mamografia, o papanicolau e a consulta anual ao urologista (para prevenção do câncer de próstata). Outra questão é que aquelas pessoas que têm alguns sintomas que levam à suspeita de câncer devem fazer os exames rapidamente. Organizar prioridade nas filas dos exames“, argumenta a médica.

Sistemas de informação

Outra medida importante no combate à doença é o aperfeiçoamento dos sistemas de informação e bancos de dados sobre os pacientes. Possuir informações unificadas no SUS sobre cada caso, desde o diagnóstico até o tratamento, é de fundamental importância para o acompanhamento dos números da doença e elaboração de políticas de saúde.

Para Maria Del Pilar, a base de dados rápida é fundamental para dar maior atenção para os pacientes acometidos pelos diferentes tipos de câncer, que muitas vezes já possuem idade avançada: “Se o paciente que está vinculado à unidade de saúde, ao programa de saúde da família, se ele fez o diagnóstico em tempo rápido, se ele foi bem atendido. São questões que nós temos que trabalhar ainda para utilizar o sistema”. 

Fonte: Jornal da USP

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