Como prevenir o câncer de vulva
Prevenção é o adiamento ou a eliminação de condições específicas que poderiam contribuir para o desenvolvimento de uma doença por meio de intervenções de eficácia comprovada.
O risco de câncer de vulva pode ser diminuído, evitando certos fatores de risco e tratando condições pré-cancerígenas antes que um câncer invasivo se desenvolva. Essas etapas não podem garantir mas podem reduzir suas chances de desenvolver câncer de vulva.
- Evitar a infecção pelo HPV
A infecção pelo papilomavírus humano (HPV) é um fator de risco para câncer de vulva. Nas mulheres, as infecções por HPV ocorrem principalmente em idades mais jovens e são menos frequentes em mulheres com mais de 30 anos. A razão para isto ainda não é clara.
O HPV é transmitido de uma pessoa para outra pelo contato com a área infectada. Apesar de que o HPV pode ser transmitido durante a relação sexual, o sexo não tem que ocorrer para que a infecção se espalhe. A única maneira de evitar a infecção pelo HPV é a de não permitir que uma pessoa portadora do vírus tenha contato com essas áreas do corpo.
A infecção pelo HPV é comum e na maioria das pessoas o organismo é capaz de eliminar a infecção por conta própria. Entretanto, em alguns casos a infecção não desaparece e se torna crônica. A infecção crônica, especialmente com tipos de HPV de alto risco, pode eventualmente provocar determinados tipos de câncer, incluindo o câncer de vulva.
- Uso de preservativos
O uso de preservativo fornece alguma proteção contra o HPV, mas não evita o risco da infecção. Os preservativos não protegem completamente contra o HPV, porque não cobrem todas as áreas infectadas, como a pele sobre a área genital ou anal. Ainda assim, os preservativos fornecem alguma proteção contra o HPV, e também contra o HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis.
- Vacina contra HPV
Estão disponíveis vacinas que protegem contra determinadas infecções por HPV. Elas protegem contra infecção dos subtipos de HPV 16 e 18. Algumas também podem proteger contra infecções com outros subtipos de HPV, incluindo alguns que causam verrugas anais e genitais.
Esta vacina pode ser utilizada apenas para prevenir a infecção por HPV, o que não ajuda a tratar uma infecção já existente. Estas vacinas funcionam melhor se administradas antes da pessoa iniciar sua atividade sexual, ou seja, antes de ficar exposta ao HPV.
Todas estas vacinas podem ajudar a prevenir o câncer de colo do útero e lesões pré-cancerígenas. Elas também estão aprovadas para prevenir verrugas anais e genitais, bem como outros tipos de câncer.
- Não fumar
Parar de fumar ou nunca ter fumado é uma boa maneira para reduzir o risco de muitas doenças, incluindo o câncer de vulva.
- Diagnosticar e tratar condições pré-cancerígenas
Condições pré-cancerígenas da vulva que não provocam qualquer sintoma podem ser diagnosticadas durante um exame ginecológico de rotina. É importante consultar seu médico se surgir algum problema antes da próxima consulta agendada. Sintomas como prurido vulvar, erupções cutâneas, manchas ou caroços que não desaparecem podem ser causados pelo câncer de vulva ou uma condição pré-cancerígena que deve ser investigada. Se uma neoplasia intraepitelial é diagnosticada, o tratamento ajuda a prevenir o câncer de vulva de células escamosas invasivo. Além disso, alguns melanomas vulvares podem ser prevenidos através da remoção de verrugas atípicas.
O exame da vulva é realizado junto com o exame pélvico. O rastreamento do câncer de colo do útero com o exame de Papanicolaou, algumas vezes, combinado com o exame do HPV, é, muitas vezes, realizado ao mesmo tempo. Entretanto, nem o Papanicolaou e nem o exame do HPV são usados para diagnosticar o câncer de vulva. O objetivo destes exames é diagnosticar cânceres de colo do útero e lesões pré-cancerígenas precocemente.
- Exame de Papanicolaou e exames pélvicos
Primeiramente, a pele dos lábios maiores e dos lábios menores é examinada na procura de alguma anormalidade visível. Em seguida, com a ajuda de um espéculo, a vagina e o colo do útero são visualizados. Durante o exame de Papanicolaou, uma amostra de células e muco é ligeiramente raspada com uma espátula, que posteriormente é enviada para análise citológica. O médico então irá verificar os órgãos da pelve, inserindo um ou dois dedos de uma das mãos enluvadas na vagina enquanto apalpa a parte inferior e externa do abdômen, logo acima do osso púbico, com a outra mão.
- Autoexame da vulva
Para a maioria das mulheres, a melhor maneira de detectar a neoplasia intraepitelial e vulvar é relatando sinais e sintomas que vem tendo ao seu médico. Se você tem um risco aumentado de câncer de vulva, você pode fazer o autoexame da vulva regularmente para verificar qualquer um dos sinais da doença. Durante o autoexame você observará qualquer alteração na pele da vulva, examinando-se mensalmente com um espelho. Observe todas as áreas brancas, pigmentadas, vermelhas ou irritadas. Você também deve observar o aparecimento de lesões, como nódulos, inchaço ou úlceras.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 21/07/2020, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.