Como prevenir o câncer de estômago
Prevenção é o adiamento ou a eliminação de condições específicas que poderiam contribuir para o desenvolvimento de uma doença por meio de intervenções de eficácia comprovada.
Atualmente, não existem maneiras conhecidas de prevenir o câncer de estômago, mas existem ações que podem reduzir o risco de desenvolver a doença.
Dieta, nutrição, peso corporal e atividade física
Estar acima do peso ou ser obeso está relacionado ao aumento do risco de alguns tipos de câncer de estômago, portanto, manter um peso saudável pode diminuir esse risco. No mesmo sentido, praticar atividade física regularmente também ajuda a diminuir o risco não só do câncer de estômago como de outros tipos de câncer relacionados com o excesso de peso corporal, como o câncer de mama, pâncreas, fígados, entre outros..
Uma dieta rica em frutas e vegetais frescos também é uma aliada para a redução do risco desse câncer. É recomendado que se mantenha uma dieta saudável, que inclua uma variedade de frutas e vegetais coloridos e grãos inteiros, e evite ou limite carnes vermelhas e processadas, bebidas adoçadas com açúcar e alimentos ultraprocessados.
As frutas cítricas, como laranja e limão podem ser especialmente úteis.
Ainda com relação à dieta, o consumo de álcool também é apontado como algo que aumenta o risco de câncer de estômago, portanto, evitar ou limitar a ingestão de bebidas alcoólicas pode diminuir o risco.
Evitar o consumo de tabaco
O tabagismo é um fator de risco conhecido de muitos outros tipos de câncer e é responsável por cerca de um terço de todas as mortes por neoplasias. Com relação ao câncer de estômago, é sabido que que fumar aumenta o risco de câncer de estômago proximal, que tem origem na porção do estômago mais próxima ao esôfago.
Tratamento da infecção por H. pylori
A infecção pela bactéria H. pylori está relacionada com, pelo menos, 60% dos casos de câncer de estômago. Entretanto, ainda não está claro se o tratamento com antibióticos deve ser administrado em pessoas cujo revestimento interno do estômago está cronicamente infectado com a bactéria H. pylori, mas que não apresentam sintomas. Alguns estudos sugerem que prescrever antibióticos para as pessoas com infecção por H. pylori pode reduzir o número de lesões pré-cancerígenas no estômago, reduzindo assim o risco de desenvolver o câncer de estômago. No entanto, mais pesquisas são necessárias para ter certeza de que esta é uma forma de prevenção.
Uso de aspirina
Alguns estudos indicam que o uso de aspirina ou outros antiinflamatórios não esteroides, como ibuprofeno ou naproxeno, parece reduzir o risco de câncer de estômago. Esses medicamentos também são apontados como eficazes para reduzir o risco de desenvolver pólipos e câncer colorretal. Mas seu uso também pode provocar hemorragia e outros potenciais riscos à saúde em algumas pessoas. Portanto, o uso desses medicamentos não é indicado para a prevenção do câncer de estômago.
A maioria dos médicos considera qualquer diminuição no risco de câncer um benefício adicional para os pacientes que já tomam esses medicamentos por outras razões, por exemplo, para o tratamento de artrite. Ainda não existem estudos que determinam para quais pacientes os benefícios da redução do risco de câncer seriam superiores aos riscos de complicações hemorrágicas.
Para as pessoas com alto risco
O câncer gástrico difuso hereditário é uma doença rara que faz com que as pessoas tenham um risco maior de desenvolver câncer de estômago, geralmente se manifestando em uma idade precoce. Essa síndrome rara é frequentemente provocada por uma mutação hereditária no gene CDH1.
Pessoas com histórico pessoal de câncer de mama lobular invasivo antes dos 50 anos, bem como de pessoas com parentes próximos que tiveram câncer de estômago devem investigar a possibilidade de ter essa síndrome através deum teste genético. Se o exame der positivo para a mutação no gene CDH1, é possível que a retirada do estômago seja indicada para evitar o desenvolvimento do câncer.
Além dessa, outras síndromes genéticas também estão relacionadas a um risco aumentado de câncer de estômago, incluindo a síndrome de Lynch, a polipose adenomatosa familiar, a síndrome de Li-Fraumeni e a síndrome de Peutz-Jeghers.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 22/01/2021, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.