Quando a vida te dá um câncer, trate de fazer novos amigos
Encontrar outras pessoas como você, também afetadas pelo diagnóstico de câncer, pode ser uma missão bem difícil, mas contatar-se com essas pessoas pode ser ainda pior. Porém, em um hospital, internet ou até mesmo em grupos de apoio há um grande potencial para criar amizades que nunca teria existido sem o câncer. E isso é o que os tornam tão especiais.
Uma das partes ruins de ser diagnosticado com câncer é a de ter que entrar para uma rede que você nunca quis. Não sei se dá para entender, mas deixe-me explicar. Recebi o diagnóstico de câncer de mama há 5 anos, quando tinha 32 anos e, até aquele momento, eu não tive amigos que haviam passado pelo o que estava começando a passar. Não me interpretem mal, tenho um montão de amigos incríveis e esses estiveram ao meu lado a cada passo... Mas, de alguma forma, meu coração dizia que isso não era o bastante. No fundo, sentia como se algo ainda estivesse faltando.
Nenhum dos meus amigos entendeu completamente os receios que estavam dentro de mim. Perguntas como: Será que chegarei aos 33? Como será a quimioterapia? Quanto a mastectomia bilateral irá doer? Será que vou me recuperar e voltar a me sentir como me sentia antes do câncer?
Depois de admitir estar perdida, minha equipe médica me encaminhou para alguns grupos de apoio. Os quartos foram preenchidos com pessoas também lutando contra o câncer de mama e elas estavam no mesmo caminho em que eu estava. Eu pensei " é isso o que estava procurando, certo?", mas depois de uma sessão ou duas percebi porque ainda me sentia distante... Essas pessoas poderiam ser meus pais, avós, minhas tias... Eram pessoas fortes, positivas e capazes, mas eu precisava da ajuda de pessoas de 35 anos ou menos.
Para minha sorte, encontrei um grupo de sobreviventes na minha faixa etária na internet. Eu realmente não era um tipo de "garota de grupo de apoio" nem antes do câncer ou de qualquer outra forma e senti pavor de ir ao meu primeiro grupo. Sim, quase falhei e até levei um dos meus amigos para sentar-se ao meu lado, caso tudo ficasse estranho ou até se eu mesma ficasse estranha.
Na época, estava me recuperando de uma mastectomia bilateral e tinha praticamente acabado meu primeiro tratamento quimioterápico. Foi quando entrei na sala e vi algumas belas moças. Eu estava atordoada... São todas sobreviventes de câncer de mama?, pensei, parecem tão jovens... Pera aí, parecem saudáveis!!!! Meu Deus, essas mulheres sobreviveram a um câncer! E assim, se não fosse completamente estranho, teria beijado o chão que elas pisaram e choravam lágrimas de alegria. Nenhuma delas tinha sequer aberto a boca para compartilhar suas histórias, mas sinceramente não me importava, eu já conseguia enxergar toda esperança que precisava com meus próprios olhos.
Conforme meu tratamento avançava, compareci todos os meses às sessões de bate papo. Eu me tornei amiga dessas meninas em todos os níveis e temos uma conexão especial que ninguém mais poderá entender. O tempo passou rápido e cinco anos mais tarde, mesmo com mudança de casa e estado, ainda sou amiga de muitas delas. Como poderia não ser? Elas estiveram comigo quando mais precisei de apoio e o que mais adoro em nossa conexão são as nossas diferentes origens e crenças, nossas diferentes vidas.
Nos últimos anos, tenho sentimentos mistos sobre as muitas mulheres que encontraram nosso grupo desde que eu participei. Enquanto fico triste com as pessoas que são diagnosticadas com câncer, agradeço também o fato de encontrarem o tipo certo de apoio. Dentro dessas conexões no câncer em nosso grupo, vi mulheres começando a namorar, casar, terem seus filhos e adotarem bebês. Também já vi o lado mais forte e triste: Perdi algumas amigas e vi outras terem recidiva da doença e terem de passar por todo o processo novamente. É tudo parte dessa rede de câncer e essa louca aventura chamada vida.
Por fim, todas nós sabemos quanto o câncer pode nos tirar. Ô se sabemos, é uma lista comprida... No entanto, existem algumas coisas na minha jornada contra o câncer das quais nunca desistiria, e elas são o que chamo de "minhas conexões do câncer": as amigas incríveis eu fiz ao longo do caminho, aquelas que estão aqui comigo até hoje. Essas são as mulheres que tornaram possível a minha luta. Sem elas, o câncer poderia ter adicionado a esperança na lista de coisas que ele me roubou mas elas me armaram com confiança, segurança e unidade. Mesmo em circunstâncias menos do que desejáveis, tenho que dizer que agradeço o câncer por unir nossa tropa. Foi a melhor coisa que poderia ter feito por mim...
Texto escrito por J.A.S.
Uma das partes ruins de ser diagnosticado com câncer é a de ter que entrar para uma rede que você nunca quis. Não sei se dá para entender, mas deixe-me explicar. Recebi o diagnóstico de câncer de mama há 5 anos, quando tinha 32 anos e, até aquele momento, eu não tive amigos que haviam passado pelo o que estava começando a passar. Não me interpretem mal, tenho um montão de amigos incríveis e esses estiveram ao meu lado a cada passo... Mas, de alguma forma, meu coração dizia que isso não era o bastante. No fundo, sentia como se algo ainda estivesse faltando.
Nenhum dos meus amigos entendeu completamente os receios que estavam dentro de mim. Perguntas como: Será que chegarei aos 33? Como será a quimioterapia? Quanto a mastectomia bilateral irá doer? Será que vou me recuperar e voltar a me sentir como me sentia antes do câncer?
Depois de admitir estar perdida, minha equipe médica me encaminhou para alguns grupos de apoio. Os quartos foram preenchidos com pessoas também lutando contra o câncer de mama e elas estavam no mesmo caminho em que eu estava. Eu pensei " é isso o que estava procurando, certo?", mas depois de uma sessão ou duas percebi porque ainda me sentia distante... Essas pessoas poderiam ser meus pais, avós, minhas tias... Eram pessoas fortes, positivas e capazes, mas eu precisava da ajuda de pessoas de 35 anos ou menos.
Para minha sorte, encontrei um grupo de sobreviventes na minha faixa etária na internet. Eu realmente não era um tipo de "garota de grupo de apoio" nem antes do câncer ou de qualquer outra forma e senti pavor de ir ao meu primeiro grupo. Sim, quase falhei e até levei um dos meus amigos para sentar-se ao meu lado, caso tudo ficasse estranho ou até se eu mesma ficasse estranha.
Na época, estava me recuperando de uma mastectomia bilateral e tinha praticamente acabado meu primeiro tratamento quimioterápico. Foi quando entrei na sala e vi algumas belas moças. Eu estava atordoada... São todas sobreviventes de câncer de mama?, pensei, parecem tão jovens... Pera aí, parecem saudáveis!!!! Meu Deus, essas mulheres sobreviveram a um câncer! E assim, se não fosse completamente estranho, teria beijado o chão que elas pisaram e choravam lágrimas de alegria. Nenhuma delas tinha sequer aberto a boca para compartilhar suas histórias, mas sinceramente não me importava, eu já conseguia enxergar toda esperança que precisava com meus próprios olhos.
Conforme meu tratamento avançava, compareci todos os meses às sessões de bate papo. Eu me tornei amiga dessas meninas em todos os níveis e temos uma conexão especial que ninguém mais poderá entender. O tempo passou rápido e cinco anos mais tarde, mesmo com mudança de casa e estado, ainda sou amiga de muitas delas. Como poderia não ser? Elas estiveram comigo quando mais precisei de apoio e o que mais adoro em nossa conexão são as nossas diferentes origens e crenças, nossas diferentes vidas.
Nos últimos anos, tenho sentimentos mistos sobre as muitas mulheres que encontraram nosso grupo desde que eu participei. Enquanto fico triste com as pessoas que são diagnosticadas com câncer, agradeço também o fato de encontrarem o tipo certo de apoio. Dentro dessas conexões no câncer em nosso grupo, vi mulheres começando a namorar, casar, terem seus filhos e adotarem bebês. Também já vi o lado mais forte e triste: Perdi algumas amigas e vi outras terem recidiva da doença e terem de passar por todo o processo novamente. É tudo parte dessa rede de câncer e essa louca aventura chamada vida.
Por fim, todas nós sabemos quanto o câncer pode nos tirar. Ô se sabemos, é uma lista comprida... No entanto, existem algumas coisas na minha jornada contra o câncer das quais nunca desistiria, e elas são o que chamo de "minhas conexões do câncer": as amigas incríveis eu fiz ao longo do caminho, aquelas que estão aqui comigo até hoje. Essas são as mulheres que tornaram possível a minha luta. Sem elas, o câncer poderia ter adicionado a esperança na lista de coisas que ele me roubou mas elas me armaram com confiança, segurança e unidade. Mesmo em circunstâncias menos do que desejáveis, tenho que dizer que agradeço o câncer por unir nossa tropa. Foi a melhor coisa que poderia ter feito por mim...
Texto escrito por J.A.S.
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