Quimioterapia para leucemia mielomonocítica crônica (LMMC)
A quimioterapia utiliza medicamentos anticancerígenos para destruir as células tumorais. Por ser um tratamento sistêmico, atinge não somente as células cancerígenas como também as células sadias do organismo. De forma geral, a quimioterapia é administrada por via venosa ou por via oral.
A quimioterapia é útil para o tratamento da leucemia mielomonocítica crônica (LMMC) que não está localizada em apenas uma parte do corpo. O objetivo desse tratamento é eliminar as células anormais da medula óssea para permitir que células normais voltem a ser produzidas.
Hidroxiureia
A hidroxiureia é um medicamento quimioterápico que aumenta a sobrevida de alguns pacientes com LMMC. Esse medicamento é administrado via oral, diariamente. Pode reduzir a contagem de glóbulos brancos e de monócitos ao normal. Ele também ajuda a diminuir a esplenomagalia. Como o principal efeito da hidroxiureia é a redução das taxas sanguíneas, os pacientes que utilizam essa medicação realizam hemogramas regularmente. Outros efeitos colaterais são geralmente leves e facilmente tolerados. Alguns pacientes utilizam esse medicamento durante anos, sem qualquer efeito colateral.
Agentes de hipometilação
Esses medicamentos são na verdade uma forma de quimioterapia que afeta a maneira como os genes são controlados. Exemplos deste tipo de medicamento incluem azacitidina e decitabina. A azacitidina é administrada como uma injeção subcutânea ou por via intravenosa, geralmente por sete dias seguidos, uma vez por mês. A decitabina é administrada por via intravenosa, durante três horas, a cada oito horas, por três dias.
Uma forma mais recente dessa medicamento, conhecido como inqovi, combina decitabina com cedazuridina, impede que a decitabina quebre no sistema digestivo, o que permite que seja administrado por via oral, normalmente uma vez ao dia por cinco dias consecutivos, a cada quatro semanas.
Os efeitos colaterais desses agentes são geralmente temporários e raramente levam à interrupção do tratamento, podendo incluir:
- Diminuição das taxas sanguíneas.
- Febre.
- Náuseas e vômitos.
- Diarreia.
- Fadiga e fraqueza.
Quimioterapia convencional
Durante muito tempo, a LMMC foi agrupada nas síndromes mielodisplásicas, sendo tratada com os mesmos medicamentos. Alguns dos esquemas utilizados incluem:
- Citarabina com idarrubicina.
- Citarabina com topotecano.
- Citarabina com fludarabina.
Em alguns casos é administrado apenas topotecano.
Esse tipo de tratamento pode ajudar alguns pacientes, mas é muito tóxico, levando a importantes efeitos colaterais, é geralmente utilizado em pacientes jovens e saudáveis. A maioria dos pacientes com leucemia mielomonocítica crônica são mais velhos e têm outros problemas de saúde, dessa maneira são menos propensos a se beneficiarem deste tipo de quimioterapia. Ainda assim, essa pode ser uma opção para alguns pacientes com LMMC avançado.
Os medicamentos quimioterápicos podem causar efeitos colaterais que dependem do tipo de medicamento, da dose administrada e do tempo de tratamento. Os efeitos colaterais mais frequentes incluem:
- Perda de cabelo.
- Feridas na boca.
- Perda de apetite.
- Náuseas e vômitos.
- Diminuição das taxas sanguíneas.
- Infecção, devido a diminuição dos glóbulos brancos.
- Hemorragia ou hematomas, devido a diminuição das plaquetas.
- Fadiga, devido a diminuição dos glóbulos vermelhos.
Muitos efeitos colaterais podem ser tratados, por exemplo, se o número de plaquetas diminuir consideravelmente, os pacientes podem receber transfusões de plaquetas para prevenir ou evitar uma hemorragia. Da mesma forma, a fadiga causada pela diminuição dos glóbulos vermelhos pode ser tratada com transfusões de hemácias.
A maioria dos efeitos colaterais é temporário e desaparecem com o término do tratamento. Se ocorrerem efeitos colaterais importantes, a quimioterapia pode ser reduzida ou interrompida, pelo menos temporariamente.
É importante monitorar cuidadosamente e ajustar as doses dos medicamentos porque alguns desses efeitos colaterais podem ser de longo prazo ou permanentes.
Para saber se o medicamento que você está usando está aprovado pela ANVISA acesse nosso conteúdo sobre Medicamentos ANVISA.
Para saber mais, consulte nosso conteúdo sobre Quimioterapia.
Para saber mais sobre alguns dos efeitos colaterais listados aqui e como gerenciá-los, consulte nosso conteúdo Efeitos Colaterais do Tratamento.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 07/07/2020, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
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