Quimioterapia para neuroblastoma
A quimioterapia é o uso de medicamentos anticâncer, que geralmente são administrados por via venosa. Esses fármacos entram na corrente sanguínea e atingem todas as áreas do corpo (terapia sistêmica). Isso torna a quimioterapia útil para o tratamento do neuroblastoma, especialmente se nem todo tumor pode ser removido cirurgicamente.
O tratamento com quimioterapia de uma criança dependerá de seu grupo de risco, que está baseado no estadiamento e localização do tumor, idade da criança, além de outros fatores.
Algumas crianças com neuroblastoma são tratadas com quimioterapia, antes da cirurgia (quimioterapia neoadjuvante) ou após a cirurgia (quimioterapia adjuvante). Em outros casos, especialmente quando a doença se disseminou para outros órgãos, a quimioterapia é a principal opção terapêutica.
Alguns dos medicamentos frequentemente utilizados no tratamento do neuroblastoma incluem:
- Ciclofosfamida.
- Cisplatina ou carboplatina.
- Vincristina.
- Doxorrubicina.
- Etoposide.
- Topotecano.
- Melfalano.
- Busulfano.
- Tiotepa.
A combinação mais frequente de medicamentos para tratar o neuroblastoma inclui carboplatina, ciclofosfamida, doxorrubicina, vincristina e etoposido, mas outros podem ser utilizados. Para as crianças do grupo de alto risco, outras combinações são administradas e com doses mais elevadas. Após a quimioterapia pode ser realizado o transplante de células-tronco.
A quimioterapia é administrada em ciclos, com cada período de tratamento seguido por um período de descanso, para permitir que o corpo possa se recuperar. Cada ciclo de quimioterapia dura em geral algumas semanas. A duração total do tratamento depende do grupo de risco em que a criança está, grupos de maior risco geralmente requerem um tratamento mais prolongado.
Possíveis efeitos colaterais
Os quimioterápicos podem afetar outras células do corpo que se dividem rapidamente, o que pode provocar efeitos colaterais. Os efeitos colaterais da quimioterapia dependem do tipo e da dose dos medicamentos administrados e do tempo de tratamento.
Os efeitos colaterais da quimioterapia dependem do tipo de medicamento, da dose administrada e do tempo de tratamento e incluem:
- Perda de cabelo.
- Feridas na boca.
- Perda de apetite.
- Náuseas e vômitos.
- Diarreia ou constipação.
- Infecções, devido a diminuição dos glóbulos brancos.
- Hematomas ou hemorragias, devido a diminuição das plaquetas.
- Fadiga, devido a diminuição dos glóbulos vermelhos.
A maioria desses efeitos colaterais é de curta duração e tende a desaparecer após o término do tratamento. Existem muitas maneiras de diminuir estes efeitos, por exemplo, podem ser administrados medicamentos para prevenir ou reduzir as náuseas e vômitos. Pergunte ao médico do seu filho sobre quaisquer efeitos colaterais específicos aos quais você deve prestar atenção e o que você deve fazer para ajudar a reduzir esses efeitos.
Junto com os efeitos citados acima, alguns medicamentos podem apresentar efeitos colaterais específicos.
Ciclofosfamida. Pode lesionar a bexiga, o que pode provocar sangramento urinário. Esse risco pode ser reduzido com a administração de líquidos e com o medicamento Mesna, que protege a bexiga. Estes medicamentos também podem danificar os ovários ou testículos, podendo afetar a fertilidade.
Doxorrubicina. Pode provocar problemas cardíacos. Os médicos tentam reduzir esse risco limitando as doses da doxorrubicina e avaliando a função cardíaca com ecocardiogramas durante o tratamento. Este medicamento também pode provocar lesões na pele se vazar para fora da veia, enquanto estiver sendo administrada.
Cisplatina e carboplatina. Podem afetar os rins. Tomar líquidos pode ajudar a reduzir esse risco. Estes medicamentos também podem afetar a audição. O médico do seu filho pode solicitar exames de acuidade auditiva durante ou após o tratamento.
Vincristina. Pode danificar os nervos. Alguns pacientes podem ter formigamento, dormência, fraqueza ou dor, particularmente nas mãos e nos pés.
A quimioterapia também pode ter alguns efeitos colaterais a longo prazo. Por exemplo, alguns medicamentos podem aumentar o risco de desenvolver mais tarde outro tipo de câncer, como a leucemia. Embora este seja um risco importante, é raro, e o pequeno aumento no risco deve ser ponderado contra a importância da quimioterapia no tratamento do neuroblastoma.
Para saber mais, consulte nosso conteúdo sobre Quimioterapia.
Para saber se o medicamento que você está usando está aprovado pela ANVISA acesse nosso conteúdo sobre Medicamentos ANVISA.
Para saber mais sobre alguns dos efeitos colaterais listados aqui e como gerenciá-los, consulte nosso conteúdo Efeitos Colaterais do Tratamento.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 28/04/2021, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.