Radioterapia para câncer de ânus
A radioterapia usa radiação de alta energia (como raios X) ou partículas para destruir as células cancerígenas. Dependendo do estadiamento da doença e de outros fatores, a radioterapia pode ser usada para:
- Tratamento principal junto com a quimioterapia para a maioria dos tumores anais.
- Após a cirurgia, para destruir as células cancerígenas remanescentes.
- Tratar a recidiva nos linfonodos.
- Controlar a doença avançada ou aliviar os sintomas.
As duas principais formas de administração de radioterapia são:
Radioterapia externa
A radioterapia de feixe externo é o tipo de radioterapia mais frequentemente usado para tratar o câncer de ânus. O tratamento é realizado em frações diárias (doses), cinco dias por semana, durante cinco a sete semanas. A radioterapia externa pode ser administrada utilizando-se várias técnicas, como:
- Radioterapia conformacional tridimensional (3D). Essa técnica utiliza imagens adquiridas por tomografia computadorizada ou ressonância magnética para criar uma imagem tridimensional do tumor, possibilitando que múltiplos feixes de radiação de intensidade uniforme possam ser modulados exatamente para o contorno determinado da área alvo de tratamento, com as margens de segurança determinadas. Essa tecnologia proporciona um bom controle do câncer durante o tratamento, garante aos pacientes doses adequadas de radiação no tumor e menos exposição à radiação dos tecidos saudáveis, diminuindo os efeitos colaterais.
- Radioterapia de intensidade modulada (IMRT). É outra modalidade de radioterapia externa conformacional altamente precisa que permite a administração de altas doses de radiação no volume alvo, minimizando as doses nos tecidos normais adjacentes de forma eficaz. A IMRT pode ser usada para tratar tumores de difícil acesso, como a medula espinhal.
Efeitos colaterais da radioterapia externa. Os efeitos colaterais da radioterapia a curto prazo variam de acordo com a área do corpo irradiada e podem incluir:
- Diarreia.
- Alterações na pele.
- Irritação anal e dor.
- Desconforto nas evacuações.
- Fadiga.
- Náuseas.
- Diminuição das taxas sanguíneas.
A maioria desses efeitos tendem a desaparecer após o término do tratamento.
Efeitos colaterais a longo prazo também podem ocorrer e incluem:
- Cicatrizes que podem às vezes impedir o movimento do esfíncter.
- Enfraquecimento dos ossos da pelve.
- Danos aos vasos sanguíneos que nutrem o revestimento do reto.
- Problemas na fertilidade, tanto para homens como para mulheres.
- Secura vaginal e estenose vaginal.
- Linfedema nas pernas.
Radioterapia interna (Braquiterapia)
A braquiterapia, ao contrário da radioterapia que trata o órgão alvo com feixes de radiação externos (a longa distância), utiliza fontes de radiação interna (a curta distância). Na braquiterapia o material radioativo é colocado, por meio de instrumentos específicos, próximo à lesão tumoral. Uma vez terminado o tratamento o material é retirado do corpo. A braquiterapia pode ser administrada de duas maneiras: alta dose, quando o material radioativo é colocado próximo ao tumor por alguns minutos a uma hora, o que pode requerer várias sessões; ou baixa dose, que consiste de uma dose de radiação mais baixa, por períodos de tempo mais longos (1-2 dias).
A braquiterapia é utilizada com menos frequência do que a radioterapia externa no tratamento do câncer de ânus. Os efeitos colaterais são muitas vezes semelhantes aos observados com a radioterapia externa.
Para saber mais, consulte nosso conteúdo sobre Radioterapia.
Para saber mais sobre alguns dos efeitos colaterais listados aqui e como gerenciá-los, consulte nosso conteúdo Efeitos Colaterais do Tratamento.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 09/09/2020, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.