Radioterapia para tumor carcinoide gastrointestinal
O tratamento radioterápico utiliza radiações ionizantes para destruir ou inibir o crescimento das células anormais que formam um tumor.
Embora a cirurgia seja o principal tratamento para a maioria dos tumores carcinoides, a radioterapia pode ser uma opção para quem não pode fazer a cirurgia por algum motivo. Em alguns casos, a radioterapia, pode ser administrada após a cirurgia se houver uma chance de que parte do tumor não tenha sido removido. A radioterapia também pode ser administrada para aliviar sintomas, como a dor, provocada pela disseminação da doença para os ossos ou outros órgãos.
As principais técnicas radioterápicas usadas no tratamento dos tumores carcinoides gastrointestinais são:
- Radioterapia externa
Esse tipo de radioterapia concentra a radiação liberada no volume alvo, sendo o tipo de tratamento radioterápico usado com mais frequência no tratamento do câncer.
Os principais efeitos colaterais da radioterapia são fadiga, náuseas, vômitos, diarreia, alterações na pele e perda de cabelo na área irradiada.
- Radioembolização
Essa técnica combina embolização com radioterapia e é usada no tratamento das metástases hepáticas.
A embolização reduz o fluxo de sangue para as células cancerígenas bloqueando a artéria que nutre a área do fígado que contém o tumor. Esta artéria é um ramo da artéria hepática, a artéria que nutre o fígado. O fluxo sanguíneo é bloqueado (ou diminuído) por injeção de materiais que obstruem a artéria. A maioria das células saudáveis do fígado não é afetada porque recebem seu fornecimento de sangue a partir de outro vaso sanguíneo.
Neste procedimento, pequenas partículas, denominadas microesferas são colocadas no interior dos vasos sanguíneos que nutrem o tumor, a fim de bloquear o fornecimento de sangue para as células cancerígenas. Essas microesferas são preenchidas com ítrio (Y-90) e quando posicionadas liberam altas doses de radiação para destruir as células tumorais.
- Terapia com radionuclídeos com receptores peptídicos
Nesta forma de radioterapia, um medicamento é ligado a um elemento radioativo. Após sua injeção no corpo, liga-se às células cancerígenas, emitindo radiação para destruí-las. É administrado através de uma veia e não diretamente no fígado como a radioembolização.
Uma opção é o uso de medicamentos análogos da somatostatina, como octreotide ou lanreotide, ligados ao ítrio-90. Outra opção é o elemento radioativo lutécio-177 (Lu-177), que é transportado para as células cancerígenas por dotatate, onde se liga às células tumorais carcinoides. Essas terapias injetáveis permitem a aplicação de altas doses de radiação diretamente nos tumores.
Os efeitos colaterais comuns do Lu-177 dotatate incluem diminuição do glóbulos brancos, aumento dos níveis de enzimas em certos órgãos, náuseas e vômitos, aumento dos níveis de açúcar no sangue e diminuição dos níveis de potássio no sangue.
Outros efeitos colaterais importantes do Lu-177 dotatate incluem diminuição dos níveis das células sanguíneas, desenvolvimento de determinados cânceres no sangue ou na medula óssea, danos nos rins, danos no fígado, níveis anormais de hormônios no corpo e infertilidade. Mulheres grávidas ou que possam engravidar devem ser informadas de que o Lu-177 dotatate pode provocar danos ao feto em desenvolvimento.
O Lu-177 dotatate é administrado por via intravenosa e expõe aqueles que o tomam, e possivelmente as pessoas ao seu redor às radiações.
Para saber mais, consulte nosso conteúdo sobre Radioterapia.
Para saber mais sobre alguns dos efeitos colaterais listados aqui e como gerenciá-los, consulte nosso conteúdo Efeitos Colaterais do Tratamento.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 24/09/2018, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.