Radioterapia para tumor de Ewing

A radioterapia usa radiações ionizantes de alta energia para destruir ou inibir o crescimento das células anormais que formam um tumor.
 
A radioterapia pode ser utilizada em diferentes situações, como, por exemplo, após a cirurgia para destruir as células cancerígenas remanescentes ou em vez da cirurgia, especialmente se for difícil remover todo o tumor. Em ambos os casos, a quimioterapia é administrada antes, durante e depois do procedimento cirúrgico.
 
A radioterapia externa consiste na irradiação do órgão alvo com doses fracionadas. O tratamento é realizado cinco dias na semana, durante várias semanas.
 
Tipos de radioterapia
 
As principais técnicas radioterápicas utilizadas no tratamento dos tumores de Ewing são:

• Radioterapia conformacional 3D. Utiliza computadores especiais para mapear a localização do tumor com precisão. Na radioterapia tridimensional a aquisição das imagens de ressonância magnética deve ser feita com o paciente imobilizado e em posição de tratamento para mapear precisamente o local do tumor. As imagens são transferidas a um sistema de planejamento, onde o médico delimita em todos os cortes tomográficos o órgão alvo e a quantidade de tecido normal que será atingido. No tratamento radioterápico 3D do sistema nervoso central, a distribuição de dose é calculada em todo o volume do órgão irradiado.
• Radioterapia de intensidade modulada (IMRT). A radioterapia de intensidade modulada IMRT permite a conformação da radiação para o contorno da área alvo e utiliza múltiplos feixes de radiação angulares e de intensidades não uniformes, possibilitando um tratamento concentrado na região do tumor. A IMRT permite isolar perfeitamente a área do tumor a ser tratada, possibilitando a utilização de uma alta dose de radiação no tumor alvo, com menor efeito sobre as células sadias, além de reduzir a toxicidade do tratamento. Com esta técnica é possível avaliar a distribuição de dose em todo o órgão alvo, reduzindo as áreas de alta dose e tornando a distribuição mais homogênea.
• Radioterapia conformacional com feixe de prótons. A terapia de feixes de prótons utiliza uma abordagem semelhante, só que em vez de raios X são utilizados feixes de prótons. Ao contrário dos raios X que liberam energia durante seu trajeto, os prótons causam pouco dano aos tecidos que atravessam, liberando sua energia no órgão alvo. Essa abordagem pode ser útil para tumores cerebrais com margens diferenciadas, mas ainda não está claro se esta abordagem será útil em tumores invasivos.

Possíveis efeitos colaterais
 
Em função dos efeitos colaterais da radioterapia, especialmente em crianças em fase de crescimento, a cirurgia, se possível, é muitas vezes o tratamento preferido. Mas as melhorias nas técnicas de radioterapia permitem que as crianças com tumores de Ewing sejam tratadas com doses mais baixas daquelas utilizadas no passado, o que permite a redução de alguns destes efeitos colaterais.
 
Os efeitos colaterais da radioterapia dependem da dose de radiação e seu objetivo. Alguns efeitos podem ser de curto prazo, enquanto outros podem ter um impacto mais duradouro.
 
Os efeitos colaterais da radioterapia de curto prazo dependem da área irradiada podendo incluir alterações na pele, perda de cabelo, diminuição das taxas sanguíneas, náuseas, diarreia e problemas urinários.
 
Os efeitos colaterais a longo prazo podem ser mais sérios, especialmente em crianças em fase de crescimento, por isso os médicos tentam limitá-los, tanto quanto possível.
 
Um sério problema da radioterapia em crianças é que pode interferir com o crescimento do osso. Em crianças pequenas, alguns ossos podem não crescer após a radioterapia, deixando uma perna mais curta do que a outra. A radioterapia nos ossos da face pode causar um crescimento irregular, o que pode afetar a aparência da criança.
 
Dependendo do local, a radiação pode causar danos em outros órgãos como:

• Na parede torácica ou pulmões pode afetar a função pulmonar ou cardíaca.
• Na região pélvica pode causar danos na bexiga ou intestinos, o que pode provocar problemas de micção ou evacuações. Também pode provocar problemas na fertilidade se os órgãos reprodutivos não forem protegidos.
• Os efeitos colaterais da radioterapia na medula espinhal ou crânio podem estar incluídos nos nervos, dores de cabeça e dificuldade de concentração, que se tornam mais graves 1 ou dois anos após o tratamento.

Outra preocupação importante com a radioterapia é o desenvolvimento de um novo tipo de câncer na área irradiada, por exemplo, o osteossarcoma. Entretanto, esse risco não deve privar de tratar as crianças que precisam de radioterapia. Ainda assim, é importante comparecer às consultas de acompanhamento com o médico do seu filho para que, se surgirem problemas, possam ser tratados o mais cedo possível.
 
Para saber mais, consulte nosso conteúdo sobre Radioterapia.
 
Para saber mais sobre alguns dos efeitos colaterais listados aqui e como gerenciá-los, consulte nosso conteúdo Efeitos Colaterais do Tratamento.
 
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 25/05/2021, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.