Sobre o Câncer de Mama Avançado
Metástase significa a disseminação da doença para outros locais além do sítio primário da doença. As células cancerígenas podem se desprender do tumor primário (tumor localizado na mama) e entrar na corrente sanguínea ou sistema linfático. Através destas vias, podem se implantar em outros órgãos, onde se multiplicam, formando tumores metastáticos.
Quando as células cancerígenas se disseminam e formam um tumor em um órgão longe do sítio primário, esse tumor é denominado metastático e suas células são mantém as características das células do tumor do sítio original. Isto significa, por exemplo, que se um câncer de mama se disseminou para os pulmões, o tumor metastático no pulmão é constituído por células cancerígenas da mama e não de células do pulmão. Sob o microscópio, as células do câncer metastático serão como as células do órgão do qual se originou. Se o tumor originalmente é de mama com metástase aos pulmões, o ideal é consultar um especialista em câncer de mama.
Para onde o câncer se dissemina?
As células cancerígenas podem se disseminar para qualquer parte do corpo. A maioria das células tumorais que se desprendem do tumor primário é transportada pelo sangue ou pelos gânglios linfáticos através do corpo. A circulação destas células explica porque o câncer de mama muitas vezes se dissemina para os gânglios linfáticos da axila (linfonodos axilares). Isso é denominado comprometimento linfonodal ou doença regional. O tumor que se dissemina para outros órgãos ou para os nódulos linfáticos distantes do tumor primário é denominado doença metastática.
Os locais mais comuns de metástases dos tumores de mama são os pulmões, ossos e fígado. Entretanto, a doença pode também se disseminar para outras partes do corpo como cérebro, cavidade abdominal, ovários e pele.
Quando pode ocorrer o câncer de mama avançado?
O câncer de mama avançado pode ocorrer em dois cenários distintos. No primeiro cenário, cursando com apenas 6% dos casos nos EUA, o tumor é diagnosticado já na fase avançada, apresentando no momento do diagnostico lesões em outros órgãos além da mama, como pulmão, ossos e outros.
No segundo cenário, mais comum, o tumor surge como uma recidiva, que é o retorno do tumor após o tratamento de um câncer de mama inicial ou localmente avançado.
As recidivas ocorrem pois células cancerígenas da mama permaneceram no corpo mesmo após o tratamento inicial. Essas células sempre estiveram lá, porém não foram detectadas. O motivo pelo qual essas células retornam a crescer ainda é desconhecido.
Risco do câncer de mama avançado
O risco de metástase após o tratamento do câncer de mama varia de paciente para paciente e depende de alguns fatores, como:
- Biologia do tumor (características das células cancerígenas).
- Estágio do tumor no momento do diagnóstico inicial.
- Tratamentos realizados inicialmente (para prevenir a recidiva da doença).
Como o médico diferencia um tumor primário do metastático?
Para determinar se um tumor é primário ou metastático, um patologista, médico especializado na interpretação de exames laboratoriais, análise e avaliação de células, examina uma amostra do tumor. Em geral, as células cancerígenas se parecem com as células do tecido onde o tumor se iniciou. O patologista, por meio de exames de diagnóstico específicos, é capaz de determinar a origem das células cancerígenas. Os marcadores ou os antígenos encontrados nas células cancerígenas podem indicar o local do tumor primário. A técnica mais comum através da qual o patologista identifica a origem das células é a imunohistoquímica. Mais recentemente, análises sofisticadas de determinados genes estão ajudando a identificar o tecido de origem das células malignas.
Os tumores metastáticos podem ser diagnosticados ao mesmo tempo que o tumor primário, ou até meses e anos mais tarde. Em raros casos, descobre-se a metástase antes mesmo de se identificar um tumor na mama. Quando um novo tumor é encontrado em um paciente já tratado anteriormente para um câncer, muitas vezes é uma metástase do tumor primário que demorou anos para crescer e se manifestar.
Texto originalmente publicado no site da Susan G. Komen, em 29/06/2020, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.