Terapia-alvo e imunoterapia para câncer de olho
Os melanomas avançados são mais difíceis de serem tratados, e infelizmente os medicamentos quimioterápicos convencionais, muitas vezes, não são muito úteis.
Nos últimos anos, os pesquisadores desenvolveram novos tipos de medicamentos para tratar os melanomas avançados. Vários desses medicamentos são agora usados para tratar melanomas de pele, e alguns deles podem ser úteis no tratamento dos melanomas uveais. Esses medicamentos mais recentes geralmente se enquadram em dois grupos: imunoterapia e terapia-alvo.
Imunoterapia
Esta categoria de medicamento estimulam o sistema imunológico a reconhecer e atacar as células cancerígenas de forma eficaz.
Acoplador de células T biespecifico
Tebentafusp. É um tipo de imunoterapia conhecido como acoplador de células T biespecifico. Uma vez administrada uma parte da droga se liga às células do sistema imunológico chamadas células T, enquanto outra parte se liga à proteína gp100 nas células do melanoma. Isso une os dois, o que ajuda o sistema imunológico a atacar as células cancerígenas. O tebentafusp é usado no tratamento do melanoma uveal disseminado ou que não pode ser tratado com cirurgia, em pacientes cujas células têm um determinado tipo de tecido HLA (HLA-A*02:01). Esse medicamento é administrado por infusão intravenosa, normalmente uma vez por semana. Os efeitos colaterais frequentes desse medicamento incluem erupção cutânea, vermelhidão, inchaço na pele, febre, cansaço, dor de cabeça, náuseas e vômitos, dor abdominal, diminuição da pressão arterial e alteração nos exames hepáticos.
Síndrome de liberação de citocinas. É um efeito colateral importante que pode ocorrer quando as células T do corpo liberam substâncias químicas (citocinas) que estimulam o sistema imunológico. Isso acontece com mais frequência no primeiro dia após a infusão e pode ser fatal. Os sintomas desses medicamentos podem incluir febre, náuseas e vômitos, problemas respiratórios, cansaço, tontura e dor de cabeça.
Inibidores do controle imunológico
Algumas células imunológicas têm proteínas do ponto de controle que precisam ser ativadas (ou desativadas) para iniciar uma resposta imunológica. As células do melanoma, às vezes, usam esses pontos de controle para evitar serem atacadas pelo sistema imunológico. Os medicamentos que têm como alvo essas proteínas do ponto de controle podem restaurar a resposta imunológica, e alguns deles mostraram ser úteis no tratamento do melanoma de pele. Exemplos de inibidores do ponto de controle imunológico incluem pembrolizumabe, nivolumabe e ipilimumabe.
Esses medicamentos não se mostraram eficazes no tratamento do melanoma uveal, mas podem ser úteis para alguns pacientes.
Medicamentos com alvo em outras alterações genéticas também estão sendo estudados.
Terapia-alvo
Alguns medicamentos mais novos têm como alvo partes de células do melanoma que as tornam diferentes das células normais. Por exemplo, cerca de metade de todos os melanomas têm uma mutação no gene BRAF, e vários medicamentos que têm como alvo essa alteração genética estão disponíveis para tratar esses tipos de câncer. Essa mutação é rara nos melanomas uveais, mas nos pacientes que portam, estes medicamentos podem ser úteis.
Medicamentos com alvo em outras alterações genéticas também estão sendo estudados.
Para saber mais, consulte nosso conteúdo sobre Imunoterapia.
Para saber se o medicamento que você está usando está aprovado pela ANVISA acesse nosso conteúdo sobre Medicamentos ANVISA.
Para saber mais sobre alguns dos efeitos colaterais listados aqui e como gerenciá-los, consulte nosso conteúdo Efeitos Colaterais do Tratamento.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 26/01/2022, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.