Terapia-alvo para câncer de endométrio

À medida que os pesquisadores aprendem mais sobre as mudanças nas células que causam o câncer, eles têm sido capazes de desenvolver novos tipos de drogas que visam atacar receptores específicos. A terapia-alvo consiste justamente nesse tratamento, que ataca especificamente essas moléculas, que sabidamente estão envolvidas no crescimento e disseminação das células cancerígenas.

A terapia-alvo é usada no tratamento de muitos tipos de câncer, mas ainda é relativamente nova no tratamento do câncer de endométrio, sendo que apenas algumas dessas drogas estão em uso no momento. Esses medicamentos são utilizados ​​principalmente no tratamento do câncer de endométrio disseminado ou que recidivou após o tratamento.

Lenvatinibe

O lenvatinibe é um medicamento conhecido como um inibidor da quinase. Ele ajuda a impedir que os tumores formem novos vasos sanguíneos, além de ter como alvo algumas das proteínas das células cancerígenas que normalmente as ajudam a crescer.

Ele pode ser usado junto com o imunoterápico pembrolizumabe no tratamento de alguns cânceres de endométrio avançados, normalmente após pelo menos um outro tratamento medicamentoso ter sido tentado.

O lenvatinibe é administrado por via oral, uma vez ao dia.

Os efeitos colaterais frequentes incluem diarreia, fadiga, dor nas articulações ou músculos, perda de apetite, náuseas e vômitos, aftas, perda de peso, hipertensão arterial e inchaço nos braços ou pernas. Os efeitos colaterais menos frequentes, mas importantes, podem incluir hemorragia, formação de coágulos sanguíneos, aumento da pressão arterial, perfuração intestinal e insuficiência renal, hepática ou cardíaca.

Bevacizumabe

O bevacizumabe pertence à classe de medicamentos denominada inibidores da angiogênese. Para que o câncer cresça e se espalhe, eles precisam formar novos vasos sanguíneos para se nutrirem (angiogênese). Esse medicamento se liga à proteína VEGF, que sinaliza a formação de novos vasos sanguíneos e retarda ou interrompe o crescimento do câncer.

O bevacizumabe é administrado junto com a quimioterapia ou isoladamente, geralmente após a tentativa de outros tratamentos com medicamentos.

O bevacizumabe é administrado por perfusão intravenosa, a cada duas ou três semanas.

Os efeitos colaterais frequentes incluem hipertensão, cansaço, hemorragia, diminuição dos glóbulos brancos, dor de cabeça, aftas, perda de apetite e diarreia. Os efeitos colaterais mais raros, mas importantes, incluem coágulos sanguíneos, cicatrização lenta de feridas, perfurações no cólon e formação de fístulas entre o intestino e a pele ou bexiga.

inibidores de mTOR

Esses medicamentos bloqueiam uma proteína celular conhecida como mTOR, que normalmente ajuda as células a crescerem e se dividirem em novas células. Esses medicamentos podem ser administrados isoladamente ou associados à quimioterapia ou terapia hormonal no tratamento do câncer de endométrio avançado ou àqueles que recidivaram após o tratamento.

O everolimus é administrado por via oral, uma vez por dia. Os efeitos colaterais frequentes do everolimus incluem feridas na boca, diarreia, náuseas, sensação de fraqueza ou cansaço, falta de ar, tosse, diminuição dos níveis sanguíneos, aumento dos lipídios no sangue (colesterol e triglicérides) e aumento da glicose no sangue.

O temsirolimus é administrado por perfusão intravenosa, normalmente uma vez por semana. Os efeitos colaterais mais frequentes do temsirolimus são erupções cutâneas, fraqueza, feridas na boca, diarreia, náuseas, perda de apetite, acúmulo de líquidos no rosto ou pernas e aumento dos níveis de glicose no sangue e colesterol.

Para saber se o medicamento que você está usando está aprovado pela ANVISA acesse nosso conteúdo sobre Medicamentos ANVISA.

Para saber mais sobre alguns dos efeitos colaterais listados aqui e como gerenciá-los, consulte nosso conteúdo Efeitos Colaterais do Tratamento.

Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 17/09/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

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