Terapia-alvo para leucemia linfoide crônica (LLC)

As terapias-alvo são medicamentos que visam especificamente as alterações no interior das células que as tornam cancerígenas. Ao contrário dos medicamentos quimioterápicos padrão, que agem contra as células de crescimento rápido, esses medicamentos atacam um ou mais alvos específicos nas células leucêmicas. Quando o tratamento é necessário para a leucemia linfoide crônica, a terapia-alvo, geralmente, faz parte da primeira linha de tratamento.
 
Inibidores de quinase
 
Esses medicamentos bloqueiam as quinases, que são proteínas nas células que, normalmente, transmitem sinais do momento que devem parar de crescer. Existem diferentes tipos de quinases, e duas são alvo de medicamentos específicos usados no tratamento da leucemia linfoide crônica a tirosina quinase de Bruton (BTK) e a PI3K.
 
Inibidores da tirosina quinase de Bruton (BTK)

 
BTK é uma proteína que, normalmente, ajuda algumas as células da leucemia linfoide crônica a crescer e sobreviver.
 
          Ibrutinibe
 
O ibrutinibe bloqueia a atividade da proteína quinase nas células da leucemia linfoide crônica, podendo ser usado no tratamento inicial da doença. Esse medicamento mostrou-se útil no tratamento da leucemia linfoide crônica, por exemplo, se houver deleção do cromossomo 17 ou se a doença recidivar após outros tratamentos. Esse medicamento é administrado por via oral.
 
Os efeitos colaterais incluem diarreia, náuseas, obstipação, fadiga, falta de ar, inchaço dos pés e das mãos, dores no corpo e erupções cutâneas. Outros efeitos colaterais incluem anemia, neutropenia e trombocitopenia. Alguns pacientes tratados com esse medicamento podem ter infecções graves. Outros efeitos colaterais também podem ser observados, por isso converse com seu médico sobre o que você pode esperar.
 
          Acalabrutinibe
 
Essa terapia-alvo também bloqueia a atividade do BTK. A acalabrutinibe pode ser administrada no tratamento inicial da leucemia linfoide crônica ou após outros tratamentos terem sido tentados, isoladamente ou junto com outros medicamentos. É administrado por via oral, normalmente duas vezes ao dia.
 
Os efeitos colaterais podem incluir dor de cabeça, diarreia, hematomas, fadiga, dores musculares e articulares, tosse, erupção cutânea, anemia, neutropenia e trombocitopenia. Os efeitos colaterais importantes podem incluir hemorragia, infecções graves e batimentos cardíacos irregulares (fibrilação atrial).
 
Inibidores de PI3K
 
PI3K é uma proteína que envia sinais às células e controla o crescimento celular.
 
          Idelalisibe
 
O idelalisibe é outra terapia-alvo para a leucemia linfoide crônica, que bloqueia a proteína quinase denominada PI3K-delta. Esse medicamento tem ajudado a tratar a leucemia linfoide crônica após outros tratamentos terem sido realizados. É administrado por via oral, duas vezes ao dia.
 
Efeitos colaterais frequentes incluem diarreia, febre, fadiga, náuseas, tosse, pneumonia, dor abdominal, calafrios, erupções cutâneas, anemia, neutropenia e trombocitopenia. Outros efeitos que ocorrem com menos frequência são lesões hepáticas, diarreia severa, inflamação pulmonar (pneumonite), reações alérgicas graves, problemas de pele graves e perfuração intestinal.
 
Infecções antigas, como hepatite, podem se tornar ativas ao usar esse medicamento. O paciente pode receber medicamentos preventivos anti-infecção (profilaxia) para evitar que isso ocorra e o médico o acompanhará para observar qualquer sinal de infecção.
 
          Duvelisibe
 
O duvelisibe bloqueia as proteínas quinases denominadas PI3K-delta e PI3K-gama. Esse medicamento ajuda no tratamento da leucemia linfoide crônica após outros tratamentos terem sido tentados com pouco sucesso. É administrado por via oral, duas vezes ao dia.
 
Os efeitos colaterais frequentes incluem diarreia, febre, fadiga, náusea, tosse, pneumonia, dor abdominal, dor nas articulações e musculares, erupção cutânea, anemia e neutropenia. Outros efeitos que podem ocorrer com menos frequência são problemas hepáticos, diarreia, pneumonite, reações alérgicas e problemas na pele.
 
Venetoclax
 
O venetoclax tem como alvo a BCL-2, uma proteína nas células da leucemia linfoide crônica que as faz viver por mais tempo. Esse medicamento pode ser administrado isoladamente ou junto com um anticorpo monoclonal, como o rituximabe. É administrado por via oral, uma vez por dia.
 
Os efeitos colaterais podem incluir neutropenia, anemia, diarreia, náuseas, infecções respiratórias, trombocitopenia e fadiga. Outros efeitos que ocorrem com menos frequência são pneumonia e infecções graves.
 
Síndrome da lise tumoral. É outro possível efeito colateral desse medicamento. É mais frequente em pacientes com grande número de células leucêmicas no corpo quando o tratamento é iniciado. Quando as células leucêmicas são destruídas, elas liberam seu conteúdo na corrente sanguínea, podendo sobrecarregar os rins, o que pode levar ao acúmulo de quantidades excessivas de certos minerais no sangue e até mesmo a insuficiência renal. O excesso de minerais pode causar problemas cardíacos e no sistema nervoso. Para evitar esses problemas, esses pacientes podem começar o tratamento com uma dose muito baixa e, em seguida, aumentar lentamente ao longo de cerca de cinco semanas, além de serem realizarem exames de sangue periódicos para se observarem qualquer sinais da síndrome da lise tumoral.
 
Para saber se o medicamento que você está usando está aprovado pela ANVISA acesse nosso conteúdo sobre Medicamentos ANVISA.
 
Para saber mais sobre alguns dos efeitos colaterais listados aqui e como gerenciá-los, consulte nosso conteúdo Efeitos Colaterais do Tratamento.
 
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 20/11/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

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