Tipos de células e tecidos do sistema nervoso central
O sistema nervoso central (SNC) é formado por vários tipos de tecidos e células:
- Neurônios. Essas são as células que ajudam a determinar o pensamento, memória, emoção, fala, movimento muscular, sensação e quase tudo que o cérebro e a medula espinhal fazem. Eles são responsáveis pela recepção e transmissão dos estímulos do meio interno e externo, possibilitando ao organismo a execução de respostas adequadas. Ao contrário de muitos outros tipos de células que podem crescer e se dividir para reparar os danos provocados por uma lesão ou uma doença, os neurônios param de fazê-lo cerca de um ano após o nascimento. Os neurônios não costumam formar tumores, mas muitas vezes são danificados por tumores que se iniciam nas proximidades.
- Células gliais. As células gliais são as chamadas células de suporte do cérebro. A maioria dos tumores cerebrais e da medula espinhal se desenvolve a partir das células gliais. Existem diferentes tipos de células gliais:
- Astrócitos. Estas células têm a função de sustentação e nutrição dos neurônios. Quando o cérebro está lesionado, os astrócitos formam o tecido de cicatrização para reparar o dano. Os principais tumores que se iniciam nestas células são os astrocitomas e glioblastomas.
- Oligodendrócitos. Essas células são responsáveis pela produção da bainha de mielina, uma substância gordurosa, que tem a função de isolante elétrico para os neurônios do SNC. Os tumores que se iniciam nestas células são chamados oligodendrogliomas.
- Células ependimárias. São células epiteliais colunares que revestem os ventrículos do cérebro e o canal central da medula espinhal, facilitando a movimentação do líquido cefalorraquidiano. Os tumores que se iniciam nestas células são chamados ependimomas.
- Micróglia. Essas células participam do processo de inflamação e reparação do SNC, que combatem as infecções. Elas fazem parte do sistema imunológico e não são verdadeiramente células gliais.
- Células neuroectodérmicas. As células neuroectodérmicas são células primitivas, provavelmente remanescentes das células embrionárias, e encontradas em todo o cérebro. O tumor mais frequente dessas células é o meduloblastoma.
- Meninges. As meninges são membranas de tecido conjuntivo que revestem e protegem o cérebro e a medula espinhal. Os tumores mais frequentes que começam nesses tecidos são os meningiomas.
- Plexo coroide. O plexo coroide é a área do cérebro localizada dentro dos ventrículos que produz o líquido cefalorraquidiano (LCR) para nutrir e proteger o cérebro. Os tumores que começam nessa região são o papiloma do plexo coroide e o carcinoma do plexo coroide.
- Glândula pituitária e hipotálamo. A hipófise é uma glândula localizada na base do cérebro. A hipófise é responsável por várias funções do organismo como crescimento, metabolismo, produção de corticoides naturais, menstruação e produção de óvulos, produção de espermatozoides e produção de leite nas mamas após o nascimento da criança. Ela também produz o hormônio do crescimento, que estimula o crescimento do corpo, e a vasopressina, que regula o balanço hídrico pelos rins. O crescimento de tumores próximos à glândula pituitária ou do hipotálamo, assim como a cirurgia ou radioterapia nessas áreas podem interferir nestas funções.
- Glândula pineal. A glândula pineal não é exatamente uma parte do cérebro, na verdade é uma pequena glândula endócrina localizada entre os hemisférios cerebrais. A glândula pineal produz a melatonina, um hormônio que sincroniza os vários ritmos circadianos do organismo com o ciclo dia/noite. Os tumores mais frequentes da glândula pineal são os pineoblastomas.
- Barreira hematoencefálica. A barreira sangue cérebro (barreira hematoencefálica) é uma estrutura que atua principalmente para proteger o sistema nervoso central de substâncias químicas presentes no sangue, permitindo ao mesmo tempo a função metabólica normal do cérebro. Infelizmente, essa barreira também impede a entrada dos medicamentos quimioterápicos usados para tratar células cancerígenas.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 20/06/2018, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.