Tratamento da leucemia promielocítica aguda (LPA)
O diagnóstico e tratamentos imediatos da leucemia promielocítica aguda, subtipo M3 da leucemia mieloide aguda, é importante porque os pacientes podem desenvolver sérios problemas de coagulação ou de hemorragia. O tratamento pode precisar ser iniciado ainda se houver apenas suspeita do diagnóstico da doença, mesmo sem confirmação por exames de laboratório.
O tratamento da maioria dos casos da leucemia promielocítica aguda difere do tratamento usual da leucemia mieloide aguda. Os medicamentos mais importantes para o tratamento da leucemia promielocítica aguda são chamados agentes diferenciadores, como o ácido trans-retinóico (ATRA). Outros tratamentos podem incluir quimioterapia e transfusão de plaquetas ou de outros produtos derivados do sangue.
O tratamento é dividido em três fases:
Indução
O objetivo da indução, a primeira parte do tratamento, é diminuir o número de células das leucêmicas, colocando a leucemia promielocítica aguda em remissão. O medicamento mais importante no tratamento inicial é o ácido trans-retinóico (ATRA), geralmente combinado com um dos seguintes:
- Trióxido de arsênico (ATO), outro medicamento não quimioterápico. Para alguns pacientes com risco aumentado de recidiva, pode ser adicionado gemtuzumabe ozogamicina.
- Quimioterapia com uma antraciclina, como daunorrubicina ou idarrubicina. Para alguns pacientes com risco aumentado de recidiva, pode ser adicionado a citarabina ARA-C.
- Quimioterapia com antraciclina mais ATO.
ATRA mais ATO é, muitas vezes, o tratamento preferido para pacientes com menor risco de recidiva da doença, uma vez que tende a ter menos efeitos colaterais. Quimioterapia ou gemtuzumabe ozogamicina é mais provável de ser incluído no tratamento se esse risco for maior.
A biópsia da medula óssea é geralmente realizada um mês após o início do tratamento, para verificar se a leucemia está em remissão. A indução é geralmente continuada até que a leucemia promielocítica aguda esteja em remissão, o que pode levar até dois meses.
Consolidação
Assim como em outros subtipos da leucemia mieloide aguda, os pacientes com leucemia promielocítica aguda recebem, em seguida, tratamento de consolidação. Os medicamentos utilizados dependem do que foi administrado durante a indução. Algumas das opções incluem:
- ATRA mais ATO.
- ATRA mais quimioterapia, geralmente com uma antraciclina, como idarrubicina ou daunorrubicina.
- ATO mais quimioterapia, geralmente com uma antraciclina como idarrubicina ou daunorrubicina.
- Quimioterapia isoladamente, geralmente com uma antraciclina mais citarabina.
A consolidação geralmente dura vários meses, dependendo dos medicamentos usados.
Manutenção
Para alguns pacientes, principalmente para aqueles com risco de recidiva da doença, a consolidação pode ser seguida pela terapia de manutenção com dose menores de medicamentos por um longo período de tempo. Os pacientes com menor risco menor de recidiva da doença e que têm uma boa resposta ao ATRA mais ATO podem não precisar da terapia de manutenção, embora isso ainda esteja sendo estudado.
As opções mais frequentes de terapia de manutenção são apenas ATRA isolada ou ATRA junto com 6-mercaptopurina (6-MP) e/ou metotrexato. A terapia de manutenção é geralmente administrada por um ano.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 21/08/2018, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
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