Tratamento do câncer de cavidade nasal e seios paranasais por estágio

Na maioria das vezes, o tratamento de câncer de cavidade nasal ou seios paranasais é baseado em sua localização e estadiamento. Mas, outros fatores, como estado de saúde geral do paciente, também podem influenciar na escolha das opções de tratamento. Converse com seu médico se tiver quaisquer dúvidas sobre o esquema de tratamento recomendado.

O estadiamento do câncer de cavidade nasal e seios paranasais é complexo. Atualmente, os sistemas de estadiamento foram criados apenas para os tipos mais frequentes de câncer seio maxilar e cavidade nasal/seio etmoidal. As opções de tratamento para os cânceres menos frequentes de cavidade nasal e seios paranasais são adaptados para atender as necessidades de cada paciente, dependendo do tipo de tumor, tamanho, localização, estado de saúde geral do paciente e preferências individuais de cada paciente.

Câncer de seio maxilar

Estágio 0, I e II. A maioria dos cânceres de seio maxilar estágio 0, I e II é tratada cirurgicamente. Normalmente, é realizada uma maxilectomia. Não é necessária a cirurgia para remoção dos linfonodos cervicais. Os tumores, estágio I ou II, que não puderam ser totalmente removidos, com margens positivas ou invasão perineural, são tratados com radioterapia após a cirurgia. A radioterapia é frequentemente indicada para tumores adenoides císticos, mesmo com margens negativas e sem invasão perineural. Para alguns tipos agressivos de tumores do seio maxilar, como câncer indiferenciado ou estesioneuroblastoma, a quimioterapia é indicada junto com a radioterapia. Em situações em que a cirurgia é arriscada devido a outros problemas clínicos, pode ser administrada apenas a radioterapia ou quimioterapia.

Estágios III e IVA. Pacientes nesse estágio são tratados com cirurgia para remover o tumor. Se existir sinais de disseminação da doença para os linfonodos do pescoço, esses também serão removidos com esvaziamento cervical. Após a cirurgia, é administrada a radioterapia. Às vezes, os linfonodos cervicais também são tratados com radioterapia. A quimioterapia pode ser administrada junto com a radioterapia, o que provoca mais efeitos colaterais do que qualquer um dos tratamentos isoladamente, porém pode reduzir o risco de uma recidiva após o tratamento.

Estágio IVB. Alguns tipos de câncer neste estágio são irressecáveis. Os pacientes geralmente são tratados com radioterapia, radioterapia com quimioterapia ou primeiro quimioterapia e depois radioterapia, ou ainda quimioterapia inicialmente e depois mais quimioterapia com radioterapia. A radioterapia também pode ser administrada junto com a terapia-alvo. Às vezes, a cirurgia é realizada para desobstruir o seio maxilar, mas sem intenção de cura ou remoção de todo o tumor. Este estágio também inclui alguns tipos de tumores ressecáveis, mas que se disseminaram para os linfonodos. Esses tumores são tratados, como o câncer estágio IVA, com cirurgia para remover os linfonodos do pescoço, seguida por radioterapia e talvez quimioterapia.

Estágio IVC. O tratamento nesse estágio depende da localização do tumor, dos sintomas e alterações provocados pela doença e do estado de saúde geral do paciente. Muitas vezes, a químio ou a terapia-alvo é a principal forma de tratamento, se o paciente tiver condições clínicas. Outra opção é a imunoterapia isoladamente ou junto com a quimioterapia. Também pode ser administrada a radioterapia diretamente nos locais onde estão causando problemas. Como esses tumores são difíceis de serem tratados, deve ser considerada a participação em estudos clínicos com novos tratamentos.

Câncer de cavidade nasal

Estágio I e II. Esses cânceres estão contidos na cavidade nasal, e não se disseminaram para os linfonodos. Eles podem ser tratados com cirurgia ou radioterapia. A radioterapia é frequentemente indicada após a cirurgia, porque existe uma chance de recidiva se a cirurgia ou a radioterapia isoladamente forem o único tratamento.

Estágios III e IV. Estes cânceres podem ser tratados cirurgicamente, com radioterapia após a cirurgia. Se a doença de disseminou para os linfonodos do pescoço, é realizado o esvaziamento cervical. Outra opção é o tratamento com radioterapia, às vezes, combinado com quimioterapia ou terapia-alvo. Para tumores mais agressivos ou aqueles que não podem ser removidos cirurgicamente, a opção é quimioterapia seguida de radioterapia. Para doença avançada, as opções de tratamento podem incluir quimioterapia, terapia-alvo, imunoterapia ou uma combinação deles.

Câncer do seio etmoidal

Como os seios etmoidais estão próximos das cavidades oculares e da base do crânio, a cirurgia geralmente é mais difícil e mais extensa do que as cirurgias para o câncer de seio maxilar.

Estágios 0, I e II. Nesse estágio, os tumores podem ser tratados cirurgicamente. A cirurgia é normalmente seguida por radioterapia o que pode diminuir a chance da recidiva. A radioterapia em vez da cirurgia também pode ser uma opção para pacientes com tumores pequenos ou sem condições clínicas para a cirurgia. Para alguns tumores pequenos que não são susceptíveis de se disseminar, alguns médicos podem indicam apenas a cirurgia, embora nem todos concordem com isso. Para alguns tipos de tumores agressivos, como câncer indiferenciado, a quimioterapia pode ser indicada junto com a radioterapia.

Estágios III e IVA. Esses cânceres são geralmente tratados com cirurgia. Se os linfonodos do pescoço estão aumentados, será realizado o esvaziamento cervical. A cirurgia é normalmente seguida de radioterapia, às vezes, junto com quimioterapia. Outra opção pode ser radioterapia e quimioterapia. Isto pode ser seguido por cirurgia se o tumor diminuir suficientemente.

Estágio IVB. Os tumores irressecáveis ou de pacientes sem condições clínicas para a cirurgia ou mesmo para aqueles que não querem fazer a cirurgia, o primeiro tratamento é normalmente a radioterapia. Às vezes, a quimioterapia é administrada com os tratamentos de radioterapia. Dependendo do estado de saúde geral do paciente, a quimioterapia pode ser administrada primeiro, seguida da radioterapia ou quimioterapia com radioterapia.

Estágio IVC. O objetivo do tratamento para os tumores que se disseminaram para outros órgãos é extremamente difícil de serem curados, de modo que o objetivo do tratamento é, geralmente, para deter ou retardar o crescimento do tumor pelo maior tempo possível e aliviar os sintomas provocados pela doença. O tratamento depende da localização do tumor, dos sintomas e alterações provocados pela doença e do estado de saúde geral do paciente. Muitas vezes, a quimioterapia ou a terapia-alvo é a principal forma de tratamento, se o paciente tiver condições clínicas. Outra opção é a imunoterapia isoladamente ou junto com a quimioterapia. Também pode ser administrada a radioterapia diretamente nos locais onde estão causando problemas. Como esses tipos de câncer são difíceis de serem tratados, deve ser considerada a participação em estudos clínicos com novos tratamentos.

Câncer de seio esfenoidal

Os seios esfenoidais são difíceis de serem alcançados cirurgicamente. Os cânceres nessa região são geralmente tratados com radioterapia, quimioterapia, terapia-alvo e/ou imunoterapia.

Melanoma da cavidade nasal ou da área dos seios paranasais

A maioria dos melanomas da cavidade nasal ou seios paranasais é tratada com cirurgia para remoção do tumor mais uma margem de tecido normal adjacente. Os linfonodos do pescoço também podem ser removidos com esvaziamento cervical. A radioterapia é geralmente administrada após a cirurgia.

Para os tumores que não podem ser removidos cirurgicamente, o tratamento pode ser com radioterapia, quimioterapia ou outros tratamentos, como imunoterapia ou terapia alvo. Embora o melanoma que se forma no interior da cavidade nasal ou dos seios paranasais seja diferente das formas do câncer de pele melanoma, é muitas vezes tratado da mesma forma que o câncer avançado.

Sarcoma de cavidade nasal ou da área dos seios paranasais

A cirurgia é o principal tratamento para a maioria dos tipos de sarcoma. Em alguns casos, a radioterapia e/ou quimioterapia também podem ser administradas.

O rabdomiossarcoma é um tipo de sarcoma que é mais frequente entre lactentes e crianças jovens. É geralmente tratado com uma combinação de cirurgia, radioterapia e quimioterapia.

Recidiva

As opções para o tratamento de recidivas (quando o paciente trata de um câncer e, algum tempo depois, a doença volta a se manifestar) dependem da localização, tipo de câncer e do tratamento realizado anteriormente.

Para recidivas locais, que já receberam radioterapia no tratamento inicial, pode ser realizada a cirurgia. Se o primeiro tratamento foi a cirurgia, a radioterapia pode ser administrada. A quimioterapia ou a terapia-alvo podem ser administradas com a radioterapia ou isoladamente para o tratamento da recidiva que não pode ser controlada por radioterapia ou cirurgia.

Na recidiva regional, a doença volta nos gânglios linfáticos do pescoço. E é tratada com cirurgia para remover os linfonodos localizados do mesmo lado do tumor. Isto pode ser seguido por radioterapia, às vezes combinada com quimioterapia e/ou terapia alvo.

As recidivas dos melanomas ou sarcomas da cavidade nasal ou seios paranasais, se possível, são tratados cirurgicamente. Dependendo do tipo exato das células que formam o tumor,  a quimioterapia ou outros tratamentos podem também ser administrados.

Quando o câncer de cavidade nasal ou seios paranasais recidiva em outros órgãos, muitas vezes é tratado com quimioterapia, terapia-alvo e/ou imunoterapia, embora a radioterapia também possa ser uma opção se não foi realizada inicialmente.

Os tratamentos para a recidiva podem reduzir temporariamente os tumores e aliviar os sintomas da doença, mas são muito difíceis de serem curados. Se for recomendada a continuação do tratamento, é importante conversar com seu médico para que você entenda o objetivo do tratamento. Se é para curar a doença ou para mantê-la sob controle pelo maior tempo possível e aliviar os sintomas. Isso pode ajudá-lo a pesar os prós e contras de cada tratamento.

Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 19/04/2021, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

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