Tratamento do Câncer de Mama Inflamatório
O câncer de mama inflamatório é um tipo raro de câncer de mama invasivo que geralmente faz com que a pele da mama se apresente com sinais de inflamação, como inchaço e vermelhidão, que são provocados por células cancerígenas que bloqueiam os vasos linfáticos na pele, fazendo com que fique distendida.
Como o câncer de mama inflamatório já atingiu os vasos linfáticos, provocando alterações na pele é considerado pelo menos um câncer de mama estágio III. O câncer de mama inflamatório disseminado para outros órgãos é considerado estágio IV. Esses cânceres geralmente crescem rapidamente e podem ser difíceis de serem tratados.
Tratamento do câncer de mama inflamatório estágio III
O câncer de mama inflamatório não disseminado além da mama ou dos linfonodos próximos corresponde ao estágio III. O tratamento geralmente começa com quimioterapia para reduzir o tamanho do tumor. Se o tumor for HER2+ é administrada terapia alvo junto com quimioterapia, seguido por cirurgia (mastectomia e dissecção dos linfonodos) para remoção do tumor. Em seguida é feita radioterapia. Às vezes, mais quimioterapia pode ser administrada após a cirurgia, mas antes da radioterapia. Se o tumor é receptor hormonal positivo (ER+ ou PR+) também é administrada hormonioterapia hormonal (geralmente após a quimioterapia). A combinação desses tratamentos melhora significativamente a sobrevida.
Quimioterapia
Os medicamentos quimioterápicos entram na corrente sanguínea e circulam por todo o corpo para destruir as células cancerígenas praticamente em todas as partes do corpo; portanto, a quimioterapia é considerada um tratamento sistêmico, que trata tanto o tumor principal quanto as células cancerígenas que se disseminaram para os linfonodos ou outros órgãos.
O uso da quimioterapia antes da cirurgia é denominado tratamento neoadjuvante ou pré-operatório. A maioria das mulheres com câncer de mama inflamatório faz dois tipos de quimioterapia:
- Uma antraciclina, como doxorrubicina ou epirrubicina.
- Um taxano, como paclitaxel ou docetaxel.
Outros medicamentos quimioterápicos também podem ser usados.
Se o tumor é HER2+ geralmente é administrado o trastuzumabe, às vezes junto com o pertuzumabe. Esses medicamentos podem provocar problemas cardíacos quando administrados com uma antraciclina. Portanto, uma opção é administrar primeiramente a antraciclina (sem trastuzumabe ou pertuzumabe), seguida pelo tratamento com um taxano e trastuzumabe (com ou sem pertuzumabe).
Cirurgia e tratamentos adicionais
Se a doença melhorar com a quimioterapia, a cirurgia normalmente é realizada. A cirurgia padrão é a mastectomia radical modificada, onde toda a mama e os linfonodos axilares são retirados. Não está claro se a biópsia do linfonodo sentinela é eficaz no tratamento no câncer de mama inflamatório, por essa razão não é realizada.
Se o tumor não responder ao tratamento com quimioterapia e a mama continuar com sinais inflamatórios, a cirurgia não poderá ser realizada. Outros medicamentos quimioterápicos serão testados ou a mama poderá ser tratada com radioterapia. Se houver resposta, o tumor diminuir de tamanho e o vermelhidão ceder, a cirurgia poder ser uma opção de tratamento.
O tratamento após a cirurgia geralmente inclui tratamento sistêmico adicional (terapia adjuvante). Isso pode incluir quimioterapia, hormonioterapia (tamoxifeno ou inibidor da aromatase) se as células cancerígenas tiverem receptores hormonais e/ou trastuzumabe, pertuzumabe ou ado-trastuzumabe emtansina, se o tumor for HER2+.
Tratamento do câncer de mama inflamatório estágio IV
Pacientes com câncer de mama inflamatório avançado (estágio IV) são tratadas com terapia sistêmica, que pode incluir:
- Quimioterapia.
- Hormonioterapia, se o tumor for receptor hormonal positivo.
- Terapia alvo com um medicamento direcionado ao HER2, se o tumor for HER2+.
Um ou mais desses tratamentos podem ser usados. Muitas vezes, uma terapia alvo é administrada junto com a quimioterapia ou hormonioterapia. A cirurgia e a radioterapia também podem ser opções em determinadas situações.
Independentemente do estadiamento da doença, a participação em um estudo clínico com novos tratamentos para o câncer de mama inflamatório deve ser considerado, uma vez que é uma doença rara e esses estudos geralmente permitem o acesso a medicamentos não disponíveis para o tratamento padrão.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 18/09/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
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