Tratamento do Câncer de Mama Triplo-Negativo
O câncer de mama triplo negativo não tem receptores de estrogênio ou progesterona e não produz a proteína HER2. Como as células cancerígenas precisam dessas proteínas, as opções de tratamento para o câncer de mama triplo-negativo são limitadas. A hormonioterapia e as terapias alvo a HER2 não são úteis, portanto a quimioterapia é a principal opção de tratamento sistêmico. E embora o câncer de mama triplo-negativo pode responder bem à quimioterapia inicial, ele recidiva com mais frequência do que outros tipos de câncer de mama.
Estágios I a III
Se o tumor triplo-negativo em estágio inicial for pequeno o suficiente para ser retirado cirurgicamente, pode ser feita a cirurgia conservadora da mama ou uma mastectomia com verificação dos linfonodos. Em certos casos, como um tumor grande ou se houver um linfonodo comprometido, a cirurgia pode ser seguida por radioterapia.
Como a hormonioterapia e os medicamentos anti-HER2 não são opções para mulheres com câncer de mama triplo negativo, a quimioterapia é a principal opção terapêutica. Pode ser administrada antes da cirurgia (terapia neoadjuvante) para diminuir o tamanho do tumor. Se após a quimioterapia neoadjuvante existirem células cancerígenas remanescentes, o médico poderá prescrever capecitabina por 18 a 24 semanas. A paciente também pode receber quimioterapia após a cirurgia (quimioterapia adjuvante) para reduzir as chances da recidiva.
Estágio IV
A quimioterapia é frequentemente usada inicialmente quando o câncer se disseminou para outros órgãos (estágio IV). Os medicamentos quimioterápicos mais usados são antraciclinas, taxanos, capecitabina, gencitabina, eribulina entre outros.
Para mulheres com câncer de mama triplo-negativo com mutação no BRCA e cujo câncer não responde a quimioterapia convencional podem ser considerados outros quimioterápicos como platinas (cisplatina ou carboplatina) ou inibidores da PARP (olaparibe e talazoparibe).
O câncer de mama triplo-negativo avançado que produz a proteína PD-L1 pode ser tratado primeiramente com atezolizumabe junto com o abraxane (paclitaxel ligado à albumina). A proteína PD-L1 é encontrada em cerca de 20% dos cânceres de mama triplo-negativo.
Para o câncer de mama triplo-negativo disseminado para outros órgãos após pelo menos 2 outros tratamentos terem sido tentados, uma opção é o anticorpo-droga conjugado sacituzumab govitecan-hziy.
Situações especiais
Independentemente do estadiamento da doença, a participação em um estudo clínico com novos tratamentos para o câncer de mama triplo-negativo também é uma boa opção a ser considerada, uma vez que esse tipo de câncer é menos frequente e tem um prognóstico pior em comparação a outros tipos de câncer de mama; além de permitir que as pacientes tenham acesso a medicamentos mais modernos que não estão disponíveis para o tratamento padrão.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 13/05/2020, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
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