Tratamento para câncer de pulmão esbarra na dificuldade de acesso

A medicina de precisão é o que há de mais eficaz quando falamos em tratamento para o câncer de pulmão. Com a medicina de precisão, como imunoterapia e terapia-alvo, a sobrevida média de pacientes com a doença evoluiu muito, passando de 6 meses em 1995, para algo em torno de 30 a 50 meses após 2015. Com benefícios comprovados, o principal desafio ainda é o acesso a essas terapias para os pacientes que são elegíveis a serem tratados com elas.

“O acesso ainda é muito limitado. No sistema público, praticamente não temos esses tratamentos disponíveis. Considerando que a imunoterapia, por exemplo, é hoje recomendada em primeira linha para praticamente todos pacientes com câncer de pulmão, estamos enfrentando um cenário muito complicado”, aponta a Clarissa Baldoto, membro da diretoria do Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica (GBOT) e da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).

Hoje, no Brasil, há quatro medicamentos imunoterápicos aprovados para o tratamento do câncer de pulmão. Porém o custo destas drogas é, em média, de 13 mil dólares por dose, sendo que os pacientes podem precisar de duas doses por mês ou uma a cada três semanas. “Por isso muitos pacientes com câncer de pulmão acabam sendo tratados diretamente com quimioterapia, que tem um custo muito menor”, conclui Clarissa. A especialista ainda ressalta que a quimioterapia continua sendo uma opção terapêutica importante para a doença, porém pode ser melhor ainda se associada à imunoterapia ou após o término desta.

Os imunoterápicos estimulam o sistema imunológico a quebrar uma barreira que o tumor impõe a ele e ajudam os pacientes a viverem bem e com qualidade de vida por mais tempo com a doença controlada. Há estudos que mostram que alguns pacientes continuam respondendo até mesmo após o fim do tratamento, por causa desse estímulo do sistema imunológico.

Já a terapia-alvo é outra alternativa de tratamento para pacientes com câncer de pulmão baseada na mutação genética apresentada pela pessoa com a doença. Porém, para isso, é preciso que seja realizado o teste para identificar essa mutação, o que ainda é um desafio no Brasil, com menos de 30% dos pacientes com câncer de pulmão que passaram pelo teste pelo SUS.

“Hoje em dia, tratar pacientes com câncer de pulmão sem saber as mutações apresentadas pelo paciente não é fazer uma boa prática médica. Isso porque, sabendo qual mutação ele apresenta, pode-se tratá-lo com terapias que garantirão qualidade e tempo de vida para este paciente”, declara Marcelo Cruz, oncologista do Programa de Desenvolvimento Terapêutico de Hematologia/Oncologia.

Pesquisas em pacientes com mutações tratados com terapia-alvo, apontam uma sobrevida global média de 30 meses livre de progressão, enquanto que para o mesmo perfil de paciente, porém tratado apenas com quimioterapia, essa sobrevida é de, em média, 10 meses.

Existem mais de 100 terapias-alvo para câncer, muitas delas para câncer de pulmão e algumas já disponíveis no Brasil. Porém, mais uma vez, o desafio é a oferta destes medicamentos pelo SUS e até mesmo por convênios particulares, que não cobrem os custos destas terapias, diminuindo o acesso de pacientes à estas opções terapêuticas. Neste cenário, organizações não governamentais (ONGs), que atuam para garantir e defender direitos, se tornam ainda mais importantes. "Para o Oncoguia, batalhar para que o paciente certo receba o tratamento certo é nossa prioridade. O tempo certo também importa", afirma Luciana Holtz, presidente e fundadora da instituição.  
 

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