Quimioterapia para síndrome mielodisplásica
A quimioterapia é o uso de medicamentos para destruir as células tumorais. É um tipo de tratamento sistêmico, que pode ser administrado por via venosa ou por via oral. Esse tipo de tratamento é útil para doenças como a síndrome mielodisplásica que não ocorre apenas em uma parte do corpo. O objetivo da quimioterapia é destruir as células-tronco anormais na medula óssea e permitir que as normais voltem a crescer.
Agentes hipometilantes
Os agentes hipometilantes afetam a maneira como os genes são controlados dentro da célula. Esses medicamentos ativam alguns genes que ajudam às células a amadurecer. Eles também destroem as células que se dividem rapidamente. Exemplos deste tipo de medicamentos incluem azacitidina e decitabina.
Em alguns pacientes com síndrome mielodisplásica, esses medicamentos melhoram as taxas sanguíneas, reduzem as chances de leucemia e podem prolongar a vida.
A azacitidina pode ser injetada por via subcutânea ou intravenosa, geralmente por sete dias consecutivos, uma vez por mês. E a decitabina é frequentemente administrada por via intravenosa, durante três horas a cada oito horas por três dias. A decitabina também pode ser administrada por via intravenosa durante uma hora, diariamente, durante cinco dias consecutivos, e repetida a cada quatro semanas.
Uma forma recente desse medicamento, combina decitabina com cedazuridina e ajuda a impedir que a decitabina seja decomposta no sistema digestivo. Isso permite que o medicamento seja administrado por via oral, geralmente uma vez ao dia durante cinco dias consecutivos, repetido a cada quatro semanas.
Os agentes hipometilantes podem ter alguns efeitos colaterais similares aos medicamentos quimioterápicos convencionais, porém menos intensos. Eles incluem febre, náuseas e vômitos, diarreia ou constipação, fadiga e fraqueza.
Quimioterapia convencional
Como a síndrome mielodisplásica pode evoluir para leucemia mieloide aguda (LMA), os pacientes com síndrome mielodisplásica podem receber o mesmo tipo de tratamento quimioterápico dos pacientes com LMA.
O medicamento quimioterápico mais utilizado para a síndrome mielodisplásica é a citarabina, que pode ser administrada isolada em baixas doses, e pode controlar a doença, mas não a coloca em remissão.
Outra opção é administrar o mesmo tipo de quimioterapia usada para pacientes mais jovens com leucemia mieloide aguda. Isso significa administrar a citarabina em uma dose mais alta, associada a outros medicamentos quimioterápicos. Entretanto, a associação é utilizada para a síndrome mielodisplásica avançada (com anemia refratária e excesso de blastos). Para o tratamento da síndrome mielodisplásica, os medicamentos quimioterápicos geralmente combinados com a citarabina são a idarubicina e a daunorrubicina.
Os pacientes tratados com doses mais altas são mais propensos a entrar em remissão, mas têm efeitos colaterais mais graves. Ainda assim, este tratamento pode ser uma opção para alguns pacientes com síndrome mielodisplásica avançada.
Os efeitos colaterais da quimioterapia dependem do tipo de medicamento, da dose administrada e do tempo de tratamento. Os efeitos colaterais mais frequentes incluem:
- Perda de cabelo.
- Feridas na boca.
- Perda de apetite.
- Náuseas e vômitos.
- Diminuição das taxas sanguíneas.
- Infecção, devido a diminuição dos glóbulos brancos.
- Hemorragia ou hematomas, devido a diminuição das plaquetas.
- Fadiga, devido a diminuição dos glóbulos vermelhos.
Algumas vezes pode ser necessária a prescrição de medicamentos para aliviar os efeitos colaterais. No entanto, estes efeitos colaterais são geralmente de curto prazo e tendem a desaparecer com o término do tratamento.
As drogas quimioterápicas também podem afetar outros órgãos, por exemplo:
- A idarrubicina e a daunorrubicina podem danificar o coração, por isso, muitas vezes, não são administradas a pacientes com problemas cardíacos.
- A citarabina pode afetar o cérebro e provocar problemas de equilíbrio, sonolência e confusão.
Monitorar e ajustar cuidadosamente as doses dos medicamentos são ações importantes porque alguns desses efeitos colaterais podem ser permanentes.
Tratamentos imunológicos
A lenalidomida pertence à classe de medicamentos conhecida como medicamentos imunomoduladores. Esse medicamento parece funcionar melhor em pacientes com síndrome mielodisplásica a cujas células está faltando uma parte do cromossomo 5 (del (5q) ou 5q). Mas também pode ajudar alguns pacientes que não têm esse cromossomo anormal.
Os efeitos colaterais podem incluir diminuição das taxas sanguíneas, diarreia ou constipação, fadiga e fraqueza. Esse medicamento pode aumentar o risco de trombose.
Imunossupressão
Os medicamentos que suprimem o sistema imunológico podem ajudar alguns pacientes com síndrome mielodisplásica. Esses medicamentos são mais úteis para pacientes com baixo número de células na medula óssea, denominada medula óssea hipocelular.
Globulina anti-timócitos (ATG). É um anticorpo contra um tipo de glóbulo branco denominado linfócito T, que controla as reações imunológicas. O ATG é administrado como uma infusão venosa, em hospital, porque às vezes pode causar reações alérgicas que levam à queda na pressão arterial e problemas respiratórios.
Outra droga que funciona suprimindo o sistema imunológico é a ciclosporina, que tem ajudado alguns pacientes com síndrome mielodisplásica. Os efeitos colaterais da ciclosporina incluem perda de apetite e danos aos rins.
Para saber mais, consulte nosso conteúdo sobre Quimioterapia.
Para saber se o medicamento que você está usando está aprovado pela ANVISA acesse nosso conteúdo sobre Medicamentos ANVISA.
Para saber mais sobre alguns dos efeitos colaterais listados aqui e como gerenciá-los, consulte nosso conteúdo Efeitos Colaterais do Tratamento.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 07/07/2020, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.