Quimioterapia para câncer de estômago
A quimioterapia consiste no uso de medicamentos anticancerígenos para destruir as células tumorais.
A quimioterapia sistêmica pode ser administrada:
- Antes da cirurgia, para reduzir o tamanho do tumor, de modo a facilitar a remoção durante o procedimento cirúrgico (tratamento neoadjuvante).
- Após a cirurgia, ou às vezes após a radioterapia (tratamento adjuvante). O objetivo da terapia adjuvante é destruir as células cancerígenas remanescentes de outros tratamentos.
- Como tratamento principal para a doença avançada.
A quimioterapia é administrada em ciclos, com cada período de tratamento seguido por um período de descanso, para permitir que o corpo possa se recuperar. Cada ciclo de quimioterapia dura, em geral, algumas semanas.
Os medicamentos mais frequentemente usados para tratar o câncer de estômago são:
- 5-FU, muitas vezes administrado junto com ácido folínico.
- Capecitabina.
- Carboplatina.
- Cisplatina.
- Docetaxel.
- Epirubicina.
- Irinotecano.
- Oxaliplatina.
- Paclitaxel.
- Trifluridina e tipiracil, um medicamento combinado em forma oral.
Dependendo do estágio da doença, estado de saúde geral do paciente e se a quimioterapia é combinada com a radioterapia, esses medicamentos podem ser administrados isoladamente ou associados a outros tipos de quimioterápicos ou terapias-alvo.
Para tumores estágio inicial, algumas combinações de medicamentos frequentes usadas antes e/ou depois da cirurgia incluem:
- Oxaliplatina mais 5-FU/leucovorina (FOLFOX) ou oxaliplatina mais capecitabina (CAPOX).
- FLOT (5-FU/leucovorina, oxaliplatina e docetaxel).
- Docetaxel ou paclitaxel mais 5-FU ou capecitabina.
- Cisplatina mais 5-FU ou capecitabina.
- Paclitaxel e carboplatina.
Quando a quimioterapia é administrada junto com a radioterapia após a cirurgia, um único medicamento, o 5-FU ou a capecitabina pode ser administrado.
Muitos médicos preferem usar combinações de dois medicamentos quimioterápicos para tratar o câncer de estômago avançado. Algumas das combinações mais frequentemente usadas incluem:
- Oxaliplatina mais 5-FU/leucovorina (FOLFOX) ou oxaliplatina mais capecitabina (CAPOX).
- Cisplatina mais 5-FU ou capecitabina.
- Irinotecano mais 5-FU/leucovorina (FOLFIRI).
- Paclitaxel mais cisplatina ou carboplatina.
- Docetaxel mais cisplatina.
- Epirrubicina, cisplatina ou oxaliplatina, e 5-FU ou capecitabina.
- Docetaxel, 5-FU, e cisplatina, carboplatina ou oxaliplatina.
Se o paciente não está em condições suficientemente saudáveis para receber uma combinação de medicamentos quimioterápicos, pode ser administrado um único medicamento, como 5-FU, capecitabina, docetaxel ou paclitaxel.
Possíveis efeitos colaterais
Os medicamentos quimioterápicos atacam as células que se dividem rapidamente. Isso inclui as células cancerígenas, mas também inclui outras células saudáveis do corpo que têm essa característica, o que pode levar a efeitos colaterais. Eles dependem do tipo de medicamento, da dose administrada e do tempo de tratamento. Os efeitos mais frequentes incluem:
- Náuseas e vômitos.
- Perda de apetite.
- Perda de cabelo.
- Diarreia ou constipação.
- Feridas na boca.
- Infecções, pela diminuição dos glóbulos brancos.
- Hemorragias ou hematomas, pela diminuição das plaquetas.
- Fadiga, pela diminuição dos glóbulos vermelhos.
No entanto, estes efeitos colaterais são geralmente de curto prazo e tendem a desaparecer com o término do tratamento. Converse com seu médico sobre os efeitos colaterais que você está apresentando, pois, muitas vezes, pode ser necessária a prescrição de medicamentos para ajudar aliviar esses efeitos colaterais.
Alguns medicamentos quimioterápicos têm efeitos colaterais específicos. Você deve ser informado de forma específica sobre cada medicamento que você vai receber durante o tratamento, procure revisar essas informações antes de iniciar o tratamento.
Neuropatia. Cisplatina, oxaliplatina, docetaxel e paclitaxel podem apresentar efeitos neurológicos o que pode levar a sintomas, principalmente nas mãos e pés, como dor, queimação ou formigamento, sensibilidade ao frio ou calor e fraqueza. Na maioria dos casos, isso desaparece quando o tratamento é interrompido, mas, em alguns pacientes, podem ser de longa duração. A oxaliplatina também pode afetar os nervos da garganta, provocando uma dor que piora ao tentar comer ou beber alimentos frios.
Problemas cardíacos. A epirrubicina e alguns outros medicamentos podem provocar lesões cardíacas se utilizados por um longo período de tempo ou em doses elevadas. Por essa razão, os médicos controlam cuidadosamente as doses e realizam exames como ecocardiograma ou angiografia por radionuclídeos (varredura MUGA) para monitorar a função cardíaca. O tratamento com esses medicamentos é interrompido ao primeiro sinal de lesão no coração.
Síndrome mão-pé. Essa síndrome pode ocorrer durante o tratamento com capecitabina ou 5-FU, quando administrado como uma infusão. Geralmente começa como vermelhidão nas mãos e nos pés, que pode progredir para dor e sensibilidade nas palmas das mãos e plantas dos pés. Caso piore, pode acontecer formação de bolhas ou descamação da pele, levando a feridas abertas. A melhor maneira de prevenir a síndrome mão-pé severa é informar seu médico assim que os sintomas iniciais aparecem, de modo que a dose de medicamento possa ser alterada.
Diarreia. É um efeito colateral frequente para muitos medicamentos quimioterápicos, mas pode ser particularmente pior para o irinotecano. Ela precisa ser tratada imediatamente para evitar desidratação severa.
Para saber mais, consulte nosso conteúdo sobre Quimioterapia.
Para saber se o medicamento que você está usando está aprovado pela ANVISA acesse nosso conteúdo sobre Medicamentos ANVISA.
Para saber mais sobre alguns dos efeitos colaterais listados aqui e como gerenciá-los, consulte nosso conteúdo Efeitos Colaterais do Tratamento.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 22/01/2021, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.