Pressione Enter e depois Control mais Ponto para Audio

‘Sem o patologista, o oncologista é cego’: atualizações sobre o câncer gastrointestinal na ASCO 2024

Accessibility Menu
Digital Accessibility by \ versão

A primeira apresentação em uma sessão plenária realizada no primeiro dia da Reunião Anual de 2024 da American Society of Clinical Oncology (ASCO) trouxe alguns dados bastante interessantes sobre o câncer de esôfago, especificamente o adenocarcinoma. 

O primeiro trabalho apresentado foi o aguardado estudo ESOPEC, um estudo de fase 3 que comparou o uso do protocolo FLOT, baseado na quimioterapia perioperatória (5-fluoracila, leucovorina, oxaliplatina e docetaxel), com o protocolo CROSS, composto de quimiorradioterapia neoadjuvante com carboplatina e paclitaxel. O desfecho primário foi a sobrevida global e, à primeira vista, o protocolo FLOT se mostrou claramente superior. Foram observados alguns marcos muito interessantes nessa pesquisa, porém tenho algumas reservas relacionadas ao braço do protocolo FLOT, sobre as quais falarei em seguida.

Os pesquisadores envolvidos no estudo certamente merecem elogios, pois, em uma doença praticamente letal, eles relataram taxa de sobrevida global após cinco anos de 50% nos pacientes que receberam o protocolo FLOT. Esse é um achado verdadeiramente louvável e, de fato, um marco no nosso campo de estudo. Entretanto, a razão pela qual vejo problemas na pesquisa está relacionada a algumas dúvidas sobre a metodologia usada.

Não faz muito tempo, no segmento de neoplasias gastrointestinais da ASCO, houve um debate bastante acalorado chamado "FLOT or Not" ("FLOT ou não?", em tradução livre). O contexto não era o mesmo, mas a pergunta era: os pacientes com neoplasias do trato gastrointestinal superior estariam em condições clínicas suficientemente adequadas para lidar com uma quimioterapia múltipla como a do protocolo FLOT? 

A razão pela qual menciono isso agora, em 2024, é que, para minha surpresa — e acredito que isso surpreenda muitas outras pessoas —, os pesquisadores verificaram uma taxa de conclusão do tratamento inferior à esperada nos participantes que estavam recebendo o protocolo CROSS. Cerca de dois terços dos pacientes conseguiram concluir o protocolo, em comparação com um controle histórico de um protocolo experimental que surgiu pela primeira vez há mais de uma década e que costumava ter uma taxa de mais de 90% de conclusão. Na minha opinião, isso foi bastante estranho. 

Também penso que esse estudo sofre um pouco, inevitavelmente, com a evolução do tratamento que aconteceu desde o início do recrutamento dos pacientes. Claro, refiro-me à imunoterapia adjuvante. Atualmente, a verdadeira dúvida é se existe alguma sinergia entre os pacientes que recebem a radioterapia neoadjuvante e em seguida são tratados com o nivolumabe adjuvante, como foi realizado no estudo CheckMate 577.

Na sessão de debates, achei que a Dra. Karyn Goodman fez um excelente trabalho discutindo como podemos pegar todos esses dados e conciliá-los para obter desfechos clínicos ideais. Em sua conclusão, ela sugeriu que poderíamos implantar todas as quatro modalidades terapêuticas no tratamento desses pacientes. 

A Dra. Karyn propôs um modelo baseado em uma quimioterapia de indução neoadjuvante adaptada conforme imagens de tomografia por emissão de pósitrons (PET), passando para a quimiorradioterapia, depois para a cirurgia e, por último, para a imunoterapia. Esses são todos os quatro braços tradicionais da oncologia, o que eu considero realmente extraordinário. Fiquemos atentos. Esse é um ótimo estudo com dados de sobrevida excepcionais, mas não estou totalmente convencido de que o grupo submetido ao protocolo CROSS recebeu a atenção merecida. 

Fonte: Medscape

Este conteúdo ajudou você?

Avaliação do Portal

1. O conteúdo que acaba de ler esclareceu suas dúvidas?
Péssimo O conteúdo ficou muito abaixo das minhas expectativas. Ruim Ainda fiquei com algumas dúvidas. Neutro Não fiquei satisfeito e nem insatisfeito. Bom O conteúdo esclareceu minhas dúvidas. Excelente O conteúdo superou todas as minhas expectativas.
2. De 1 a 5, qual a sua nota para o portal?
Péssimo O conteúdo ficou muito abaixo das minhas expectativas. Ruim Ainda fiquei com algumas dúvidas. Neutro Não fiquei satisfeito e nem insatisfeito. Bom O conteúdo esclareceu minhas dúvidas. Excelente O conteúdo superou todas as minhas expectativas.
3. Com a relação a nossa linguagem:
Péssimo O conteúdo ficou muito abaixo das minhas expectativas. Ruim Ainda fiquei com algumas dúvidas. Neutro Não fiquei satisfeito e nem insatisfeito. Bom O conteúdo esclareceu minhas dúvidas. Excelente O conteúdo superou todas as minhas expectativas.
4. Como você encontrou o nosso portal?
5. Ter o conteúdo da página com áudio ajudou você?
Esse site é protegido pelo reCAPTCHA e a política de privacidade e os termos de serviço do Google podem ser aplicados.
Multimídia

Acesse a galeria do TV Oncoguia e Biblioteca

Folhetos

Diferentes materiais educativos para download

Doações

Faça você também parte desta batalha

Cadastro

Mantenha-se conectado ao nosso trabalho