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Carlos Delgado - Câncer de Estômago
Eu decido como vou terminar
Como diria meu pai, não sirvo nem para mau exemplo.
No fatídico 4 de Janeiro fui aos exames e no dia 5, por volta de nove horas da manhã, a pancada seca. Você tem câncer e tem que operar, amanhã!
Primeiro pensamento que tive: não vou. Raiva, medo, autopiedade nem nada do gênero, o sentimento que veio foi: poxa, queria fazer tanta coisa, nem vi meu segundo neto ainda e já vou desengomar?
Bem, como a maioria, passei por cirurgia, aceitação, atualmente estou em tratamento quimioterápico e passando por um processo de auto-conhecimento.
Aquele cara, do dia 5 de janeiro de 2017, não sei onde foi parar só sei que melhorou a vida. Nunca acreditei que o câncer me venceria, já passei por situações que a maioria não gostaria e eu que provoquei todas elas, isso é o pior.
Costumo dizer que seja qual for o final, eu já venci. Eu decido como vai ser o final, pode ser que ele ganhe a batalha da vida, mas jamais a guerra. Está longe de terminar e para ser bem sincero, minha alma não tem final triste.
Gostaria de poder ajudar muita gente e só tenho a dizer para vocês, meus colegas de moléstia, mesmo diante do anjo que vem nos buscar, não se curve e não implore pela vida, mostre que a sua passagem neste plano valeu a pena.
Saravá para todos!