Confira aqui os depoimentos
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Carol - Sarcoma de Partes Moles
Após 3 anos e seis meses, minha rainha partiu depois de lutar bravamente.
Era só um pelinho encravado na panturrilha. E quando ela resolveu tirar lá tinha um tumor. Tumor esse que foi retirado. No entanto, outros dois apareceram e também foram retirados. Ela e nós fomos avisados da necessidade de fazer amputação devido a agressividade da doença. Mas no auge dos seus 74 anos não queria viver o restante da vida sem uma perna e por isso acatou o risco. Viajou para SP duas vezes onde fez duas das três cirurgias. Aqui no Acre foi feito radioterapia. Não podia fazer quimioterapia por ser cardiopata. O mesmo posicionamento tiveram os médicos do AC Camargo. Em dezembro de 2018 ela voltou pro Acre com alta apenas por dez dias. No entanto, não retornou mais. Decidiu ficar com a família. Foi se debilitando, perdendo a vontade de comer, dormindo mais que o normal. Achávamos que era depressão. Até que em 28/10/2019 ela já com uma falta de ar há alguns meses, foi levada a Unimed. O resultado da tomografia foi metástase no pulmão em estágio avançado. Como estava com pneumonia ficou internada uma semana. Os médicos cogitaram quimioterapia dessa vez mesmo correndo risco. Era a única saída. Da Unimed liberar ela adquiriu uma malária. Na verdade ela teve malária quando criança e foi reativada por causa da imunidade baixa. Mais uma internação. Mais uma semana no hospital. Voltou pra casa e cinco dias depois começaram os delírios. Voltamos pro hospital achando que podia ser tumor no cérebro. Não era. Era reação das medicações da malária que afetaram o fígado e os rins. Por isso os delírios. Ela já vinha a algum tempo conversando com pessoas que já tinham partido. Mas intensificou depois da malária. Os exames pareciam bons até que um dia antes da alta os leucócitos subiram. Era uma infecção. 10 dias depois ela se foi. Dia 13/12/2019. Já não comia nada, dormia cada vez mais. Na quarta falou pela última vez e na quinta as pupilas já dilataram. Na quinta a noite decidimos sedá-la para que ela pudesse ir em paz. Depois de tudo, resolvi ler um livro chamado"precisamos falar sobre morte."
Devia ter lido antes. Os sinais estavam lá e eu não entendia. Se eu tivesse lido antes tudo teria sido diferente porque eu saberia exatamente o que estava acontecendo. Não vi minha mãe morta, não fui no velório nem enterro. Hoje, dia das mulheres, acendi uma vela e esse ato me fez entender que ela partiu. Dói como nunca imaginei. Além da saudade e dor, ficou a lição de que devo aproveitar a vida a cada segundo com quem eu amo. A vida tá passando e a gente não se dá conta. Á minha mãezinha, ficou um vazio que nada irá preencher.