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Cláudia Carmona - Câncer de Mama
Tive câncer de mama há 9 anos, atualmente faço a prevenção e compartilho histórias como esta que escreverei no conteúdo.
Há alguns dias, revirando meus arquivos, achei algumas fotos. Para minha surpresa, havia fotos nas quais eu estava com minha querida filha, mas qual é a novidade? Eu sempre estou com minha filha... É, minha linda e adorável filha, pois bem, esta foto em que ela se encontra no meu colo foi a primeira foto que fiz após a cirurgia de mastectomia radical, não só extraíram os tumores, mas também retiraram toda a mama esquerda. Nela meus cabelos estavam curtos também, e faz com que eu me lembre bem da minha primeira sessão de químio. Lembro-me muito bem do que meu médico me disse na época: seu cabelo vai cair, você vai ficar careca...Vocês acham que eu chorei? Não, definitivamente não. Fiz uma coisa diferente: um corte de cabelo fashion, na época, me inspirei nos cabelos da atriz americana Halle berry (a mulher gato).
Gostei do cabelo, mas isso não durou muito. Então os meus cabelos foram caindo por mechas e não aguentei aquela situação, resolvi cortar o mal pela raiz! Pedi à minha amiga, Lana, para passar a maquininha e minha filha estava todo momento comigo... Fomos juntas escolher lenços com várias estampas, tudo para que combinassem com minhas roupas. Minha mãe sempre me dizia "compra uma peruca" para ir, pelo menos, às festas. Hum...Eu sempre dizia NÃO, esta não seria eu. Pensava e até mesmo fazia graça com a situação, imaginava alguém vindo me abraçar e a peruca caindo ou eu tendo que ajeitá-la por estar torta... kkkk...
Mas, perder uma mama, ficar careca, sofrer com os efeitos da químio, sentir - talvez - os efeitos da raditerapia... Parece muito, não é?
Sim, pode ser, quando não se tem fé, Deus nós dá uma razão para querer lutar e comigo não foi diferente: minha filha é a maior delas.
Eu sempre fui alegre, passei por momentos complicados na vida, sempre tive que ser forte e não seria um câncer que me derrotaria...
Atualmente, ainda faço tratamento, mas aprendi nestes 3 anos a viver cada dia... A não sofrer por antecedência e acreditar em Deus, mais do que tudo. Aprendi que o fato de não ter cabelo ou não ter uma mama, não me deixava mais ou menos mulher. Continuava a me amar, mesmo vendo as veias em minha cabeça e a cicatriz no lugar de um seio...
Aprendi que minha força vinha de Deus, do presente que ele me deu, de minha família e dos meus amigos.
Aprendi muito e continuo aprendendo.
Apesar de viver um dia por vez, tenho grandes aspirações entre elas, ter mais um filho, que só poderá ser feito em 2020... Rsrs. Quero trabalhar como voluntária ajudando mulheres com diagnóstico de CA de mama para apoio e melhora em sua autoestima, e muito mais, estas são minhas prioridades... Quero viver hoje e sempre! Amar, viver e aprender sempre! Hoje as pessoas me veem e não acreditam que tive câncer..