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  • Dai Buarque - Câncer de Esôfago
    "Muito amor e saudade."

Falar sobre isso ainda dói muito e me dá muita saudade, porque meu pai era minha referência, meu porto seguro. Ele sempre teve muita saúde e sempre foi muito disposto, animado e feliz. No final de 2022 e início de 2023, começamos a notar que ele estava mais calado, distante, sonolento e às vezes muito quieto. Ele parecia mais cansado e indisposto, mas achamos que era por conta da idade. Meu esposo ainda comentou: “O Sr. Bene está cansado!”

No início de 2023, ele realizou alguns exames de rotina, incluindo uma endoscopia, no final de abril. Em maio, meu pai pegou os resultados e levou para os médicos. Eu estava em uma viagem para a Bahia com minha família, e ao voltar, meu pai veio até a minha casa e disse: “Filha, preciso falar com você.”

Fui até o quarto com ele, e ele, com a voz embargada, me contou que estava com um tumor no esôfago. Confesso que eu não consegui processar a informação e não consegui acreditar. Fiquei parada olhando para ele e a única coisa que consegui dizer foi: “Como assim, Painho?” Ele chorou, eu e meu esposo ficamos travados, mas respiramos fundo e prometemos que lutaríamos juntos. A partir dali começou uma correria e uma luta contra o tempo. Levei-o a um médico que nos disse que o diagnóstico era grave e que precisávamos correr.

Corremos muito, mas em setembro a doença avançou significativamente e as quimioterapias e radioterapias estavam matando meu pai aos poucos. Eu estava no último ano de Faculdade de Direito, e tudo o que eu mais queria naquele momento era que ele pudesse me ver colar grau e me formar.

Então, fiz uma viagem no início de dezembro com meu coração apertado. Eu tinha acabado de colar grau e meu marido quis me presentear com uma viagem de navio. No entanto, eu passei muito mal; meu emocional estava destruído. Quando pisei em terra firme, recebi a notícia de que ele havia piorado e precisou colocar a sonda. Eu precisei ser muito forte para dar forças a ele. Meu pai amava comer e já não podia mais comer comida sólida. Daquele dia até a sua morte foram 16 dias, e ele decidiu partir no dia 24 de dezembro, o que foi um golpe no meu peito.

Eu amo o Natal, e ele sempre passava os Natais comigo... Eu tive que me despedir dele nessa data. Painho quis ir sem me dar tchau, sem se despedir de mim. Só foi embora... Queria dizer que sinto falta, saudade imensa, uma vontade de abraçar e estar com ele. Todos os dias eu lembro, choro e sonho com ele. Meu pai sempre será amado por toda a vida e eternidade.

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