Minha mãe descobriu o câncer de mama em outubro de 2012, em estado avançado. De início chorei muito, com medo de um dia ficar sozinha, logo ela que era a principal e responsável pela família. 

Nossos pais eram separados e meus irmãos ainda eram pequenos, o sofrimento foi horrível, morávamos no interior e minha mãe tinha que fazer tratamento na Capital.  Muitas vezes aconteceu dela faltar às consultas médicas, por falta de condições financeiras, mas... 

Enfim, ela chegou a fazer quimioterapias, cirurgia, mas quando ia passar para fazer a radioterapia o câncer tinha se espalhado para outras regiões do corpo. 

Ficamos apreensivos, fazíamos campanhas, rezávamos muito pedindo que Deus não deixasse ela sofrer tanto, e que ele nos desse toda a força necessária para suportar a dor da perda. 

Então, lembro bem, naquela manhã 06 de agosto, ela segurando minha mão deu seu último adeus... Foi triste, muito triste, naquele momento senti que uma parte de mim tinha sido brutalmente arrancada, deixando apenas um vazio inexplicável.

Depois com a ajuda de familiares consegui me erguer, me responsabilizando pelos meus 04 irmãos menores e assumindo, não o papel de mãe, que esse sempre foi e será dela, mas de irmã maior e Tutora deles.

E quanto a ausência de minha mãe, Deus nos confortou muito bem e conseguimos guardar as boas lembranças dentro de cada um de nós. Hoje, passados exatamente três anos, meus irmãos já cresceram mais um pouco e eu estou escrevendo um livro com a biografia dela, para que um dia eles possam entender o por quê de não terem conhecido tão bem a mãe que um dia tiveram.