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JBGP - Leucemia Mieloide Aguda (LMA)
O mais difícil é trabalhar o emocional das crianças...
Descobrir o site foi descobrir
um suporte de apoio no momento em que mais precisava.
Estou com uma irmã em
tratamento no Hemorio, desde 24/07/08. E só Deus sabe a tempestade que desabou
sobre mim, quando soube do diagnóstico (Leucemia-LMA).
Naquele momento, o chão
se abriu. Não sabia como voltaria ao quarto dela, sem a estampa do desespero
que caiu sobre meu rosto. Fiquei no corredor, olhando para o vazio sem saber
para onde ir.
Eu sempre achei que não suportaria esse sofrimento com pessoas da
minha família. No momento, eu estava com uma amiga. E disse-lhe:- minha irmã
não pode morrer, ela precisa viver, principalmente pelos filhos que tanto
precisam dela. Deus não vai permitir e se foi determinado por Ele eu peço que a
poupe e me faça passar por ela. Ninguém depende de mim. Dela, sim. Não quero
vê-la sofrer e seus filhos também não merecem isso. Minha amiga,
confortando-me, disse que já havia enfrentando um câncer, estava curada e que
eu tivesse Fé que esse momento passaria. Eu não chorava, estava aérea, parecia
um pesadelo.
Clamei por Deus, pedi forças, pois, se Ele assim determinou teria
que me dar forças e sabedoria para enfrentar. Eu tinha que voltar ao quarto e,
como uma maquiagem, minha fisionomia se cobriu de serenidade, tranquilidade e
força. Fui até ela, que já estava sabendo que precisaria de quimioterapia, mas,
sem saber de todos os detalhes.
Ai foi o começo de um caminho completamente
diferente daquele que eu estava percorrendo. Eu teria que encontrar forças para
vencer a tristeza, o desespero e passar segurança e proteção a ela, teria que
cumprir as suas tarefas de mãe de um adolescente e uma criança de 6 anos (que
já estavam vivendo há alguns meses ao lado da minha casa com ela e o marido,
para onde se mudaram desde que começaram os problemas de saúde).
Teria que
tomar conhecimento das suas responsabilidades e obrigações diárias e cumpri-las,
para evitar-lhe preocupações e aborrecimentos. Tudo isso foi coordenado e estou
encontrando forças físicas para cumprir.
O mais difícil é trabalhar o emocional
das crianças e o meu, pois é inaceitável ver uma pessoa que sempre foi
guerreira, forte, amiga, batalhadora, caridosa, supermãe, excelente
profissional, enfim..., agora, curvada pela doença e com toda a sua vida
desordenada.
A primeira quimioterapia foi feita. Teve uma reação satisfatória e
foi para casa, bem animadinha, confiante e até nos surpreendeu pelo bom humor..
. Voltou 15 dias após, para fazer a segunda químio já está novamente em casa,
mas, devido as dores de cálculos renais (que já vinham incomodando antes e não
pode ser operada), está preocupada em ser um agravante da doença, se apavorou e
está deprimida.
Hoje, ao descobri esse site, li, gostei muito e imprimi tudo
que podia ser útil para animá-la, mas, não consegui despertar o seu interesse.
Mas, já agradeço pelas orientações e conforto que me trouxeram.
Parabenizo toda
a equipe pelo trabalho maravilhoso, pois, tenho certeza que ajudam muito aos
pacientes e familiares.
Obrigada.
Que Deus os abençoe!