Em 2020, fui à minha ginecologista para o meu check-up anual e me queixei de um caroço na mama direita. Na época, eu tinha 30 anos. Ela me examinou, mas não sentiu o caroço e solicitou uma ultrassonografia para avaliar melhor.

O exame mostrou um ducto discretamente inflamado na região onde eu sentia o caroço. Como eu havia parado de amamentar há cerca de quatro meses, a médica disse que se tratava de um vestígio da produção de leite e que não havia motivo para preocupação.

Em 2021, aos 31 anos, retornei para o check-up anual e percebi que o caroço estava mais perceptível. Queixei-me novamente e, dessa vez, minha ginecologista conseguiu senti-lo durante o exame. Ela então solicitou uma ultrassonografia, uma ressonância magnética e um exame de sangue para avaliar os marcadores tumorais.

Foi aí que tudo começou. Os marcadores tumorais vieram normais, mas a ultrassonografia indicou um nódulo com aspecto neoplásico. A ressonância apontou um BI-RADS 4, o que exigia investigação mais detalhada. Fui encaminhada para um mastologista, fiz uma biópsia e recebi o diagnóstico de câncer de mama direita: um carcinoma ductal invasivo receptor de estrogênio.

Iniciei o tratamento, que incluiu quatro sessões de quimioterapia vermelha, uma mastectomia radical com esvaziamento axilar, doze sessões de quimioterapia branca e vinte e cinco sessões de radioterapia. Por fim, comecei a hormonioterapia, que sigo até hoje.

No final do ano passado, fui diagnosticada com metástases no pulmão e no fígado. Agora, iniciaremos um novo protocolo de tratamento. Até o momento, sinto-me bem fisicamente, sem sintomas da metástase, e espero que o tratamento controle o crescimento dos tumores.

Meu recado é: confiem nos seus instintos, façam exames regularmente, procurem médicos especialistas no seu caso e sigam o tratamento até o fim. Cada dia é uma nova oportunidade de viver e ser feliz. Aproveite todos eles!