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L.C. - Câncer de Sítio Primário Desconhecido
"Para você..."
Este depoimento é pra você que, assim como eu, procurou por uma resposta no momento mais difícil.
Perdi minha mãe aos 54 anos por causa de um adenocarcinoma de sítio primário oculto (estava disseminado no peritônio). Tudo começou com uma inexplicável perda de peso. Minha mãe fazia vários exames e "aparentemente" não havia nada que chamasse atenção, pois os sintomas eram muito inespecíficos e os exames básicos de rotina não apresentavam alterações.
O primeiro sinal de alerta foi o refluxo: após fazer endoscopia ela iniciou o tratamento. No começo estava se aliviando, mas era muito estranho, ela continuava perdendo peso, perdendo o apetite, com vários outros sintomas inespecíficos que mesmo trocando medicação, não melhorava.
Depois de uns 3 meses os sintomas ficaram cada vez mais intensos: soluços frequentes, dores na barriga, intestino muito solto, muito cansaço e muito sono (nunca tinha visto ela sentir aquilo daquela forma). Depois de muita investigação tivemos o primeiro direcionamento: os exames indicaram uma massa no ovário (possível tumor).
Era uma corrida contra o tempo, enquanto aguardava chegar o dia das consultas e exames, eu a via perdendo peso cada vez mais. Os sintomas também foram piorando, ela foi perdendo o apetite totalmente, sentia que estava cheia mesmo sem comer nada, a barriga começou a crescer e as dores eram muito fortes.
Quando ela conseguiu a vaga para fazer a cirurgia já era tarde, a doença era muito agressiva. No retorno da consulta (após a cirurgia) veio a pior notícia que poderíamos ter: uma neoplasia que estava disseminada no peritônio, precisando de mais exames invasivos para o estadiamento, para então prescrever o tratamento mais adequado. Foi a última consulta que acompanhei a minha mãe. No mesmo dia já foi solicitada a internação dela e, depois de 8 dias de luta, ela partiu. Partiu lutando com todas as forças que tinha, nunca reclamou e nunca questionou a vontade de Deus. Ela sempre falava: filha, a mãe vai lutar, a mãe quer viver. E ela viveu até quando Deus permitiu.
Assim como essa página foi importante no momento mais difícil da minha vida, eu quero deixar esse recado pra você que está passando por isso também: Aproveite cada momento e nunca deixe de dizer o quanto as pessoas são importantes na sua vida. Seja presente, cuide e demonstre todo amor que for possível! Não sinta vergonha de pedir ajuda, procure Deus, procure sua família, os amigos e todos que possam dar suporte de alguma forma.
Que você tenha muita força para lutar na sua batalha e que Deus esteja contigo!