Me chamo Michele, hoje com 42 anos, e vou contar como tudo aconteceu. No dia 28/10/2021 (quinta-feira) de outubro, uma amiga foi fazer o cabelo de minha filha pra irmos em um casamento, estando eu em casa de vestido e sem sutiã e conversando com ela fui me coçar abaixo da axila e assim que meus dedos tocaram a mama senti algo diferente.

Então primeiro me cocei e depois já fui subindo a mão tocando fazendo o autoexame de mama, daí no dia 29/10/2021 (sexta-feira) já havia marcado um mastologista e no dia 02/11/2021 (terça-feira) já estava em consulta com o médico, que inicialmente me disse que não haveria de ser nada, que provavelmente fosse glândulas mamárias, e me passou uns exames de imagens, no dia seguinte já estava fazendo os exames e já marquei um outro médico que eu sentisse mais confiança. No dia 05/11/2021 (sexta-feira) já estava levando os resultados em outra médica que foi me passando a real do câncer de mama e na sexta feira mesmo fiz a biopsia. 

Daí em diante fiz mais alguns exames de imagens e foi constatado que o tipo de câncer que tinha era super agressivo (descoberto com 1,3 - com 20 dias já estava com 5,3). Minha luta iniciou com a quimioterapia, que me fizeram chorar todos os dias, por conta das reações colaterais. Nunca temi morrer do câncer, porque sempre tive fé que Deus estava comigo, mas as dores que sentia não dava pra passar despercebido. 

 A quimioterapia vermelha me fez ter pavor da cor vermelha, ela me traumatizou porque de fato sofri muito, mas sabia que dependia dela para que tivesse vida pra lutar. Quando terminou a vermelhinha, veio a outra, que de fato, era mais branda, os efeitos bem mais leves e não tinha mais choro nesse momento por não haver mais dores, terminando a quimioterapia (07/04/2022), a mastologista já marcou a cirurgia da mama (26/04/2022), foi feita a retirada de uma parte do quadrante, e durante a cirurgia foi identificado que os linfonodos estavam com metástase, então foi preciso fazer o esvaziamento axilar. 

Após várias consultas com a mastologista fui liberada pra fazer a radioterapia (18 sessões), estou praticamente fechando esse ciclo, muito feliz porque eu enfrentei um deserto, mas não desanimei e o deserto chegou ao fim. 

Devo a Deus, porque foi nEle que depositei a minha fé de que tudo aconteceria conforme o desejo dEle. Amigos, irmãos, parentes, colegas de trabalho, todos faziam parte da ajuda psicológica que precisava para enfrentar essa turbulência.

OBS.: Não parei de trabalhar, porque entendia que se ficasse em casa, poderia ter tempo de pensar em besteiras e no trabalho não tinha tempo pra isso.