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Pedrina. - Câncer de Estômago
"A vida muda de um segundo para o outro."
Começo do ano de 2022 eu estava muito feliz, tinha acabado de pegar as chaves da minha casa nova (morava com meus pais) e tudo parecia perfeito: meu pai e minha mãe com saúde.
Até que, no dia 20 de março tudo desmoronou, meu pai passou mal após o almoço e corremos com ele para o hospital, os médicos disseram que era um AVC. Ele ficou aguardando vaga para ser transferido para outro hospital com mais recursos, mas infelizmente um dia depois ele faleceu e eu achei que aquele dia seria o pior da minha vida, mas não aí vieram mais 404 dias, um pior do que o outro.
Logo que o meu pai faleceu minha mãe, que já tinha problemas no estômago, começou a passar mal, fez um ultrassom de vias urinárias que constatou que estava com água na barriga, então começou uma correria. Passava com um médico, passava com outro e ninguém descobria e ela emagrecia e ficava mais fraca a cada dia.
Ela foi encaminhada para o hepatologista por causa da água na barriga, que poderia ser problema no fígado e através desse médico, que pediu uma endoscopia, no dia 19 de setembro recebemos o diagnóstico de adenocarcinoma gástrico já com metástase em outros órgãos.
Então foi só sofrimento, o médico já na primeira consulta falou que não tinha cura, que a quimioterapia seria apenas paliativa, minha mãe conseguiu fazer 4 ciclos todos muito difíceis, com muitos efeitos colaterais. Agora em março começou a ficar muito debilitada, muito fraca, já não conseguia comer quase nada, até que ficou acamada. É muito desesperador, a gente vai vendo a pessoa piorar a cada dia, logo já não conseguia nem virar o corpo na cama, não conseguia mais sentar e a gente ali, só tentando aliviar um pouco aquele sofrimento.
Até que no dia 24 de abril tivemos que levar ela para o hospital porque ela já não aceitava mais remédio pela boca, era tomar e vomitar. Essa semana foi a pior da minha vida porque além de saber que minha mãe estava partindo ainda tinha que cruzar com profissionais totalmente despreparados, sem humanidade, um horror. No dia 29/04 Deus teve misericórdia da minha mãe e a levou para junto dele. Hoje, 17 dias depois desse sofrimento me sinto tão perdida. O câncer é uma doença maldita que afeta o paciente e todos que estão em volta. Mãe, te amarei eternamente!