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  • Regina Izar - Câncer Colorretal
    "Meu nome é Regina, e aos 35 anos descobri que estava com câncer colorretal."

Meu nome é Regina, e aos 35 anos descobri que estava com câncer colorretal. Em 2020, em plena pandemia, percebi que algo não estava certo: passei dias sem evacuar, mesmo tomando laxante. Senti que havia algo errado. Consultei quatro médicos por telemedicina, e todos descartaram a possibilidade de câncer, pois eu era muito jovem para essa hipótese. Mas eu não desisti. Consegui uma consulta presencial, e o médico, sem sequer me examinar, solicitou uma colonoscopia.

No dia 1º de setembro de 2020, recebi o diagnóstico de câncer colorretal. Minha primeira reação foi chorar, pensar na minha família, na minha filha e sentir medo de morrer. Mas, quando consegui raciocinar, liguei para meu primo, que é gastroenterologista, e ele me indicou um médico especialista de confiança. No dia seguinte, já estava em consulta. Durante três horas, o médico explicou como seria minha jornada de tratamento.

Em setembro mesmo, iniciei a quimioterapia oral associada à radioterapia. Foi difícil, mas o tumor regrediu bastante. Em janeiro de 2021, passei pela cirurgia para remover o tumor e precisei colocar uma bolsa de ileostomia provisória, que seria retirada após três meses. No entanto, recebi uma ligação da oncologista informando que, por conta da minha idade, seria recomendado um tratamento adicional: mais quimioterapia e a manutenção da ileostomia até o final do processo.

Foram 12 sessões de quimioterapia. Passava de 4 a 5 horas recebendo a medicação no hospital e depois ia para casa com um infusor, que liberava o quimioterápico no meu corpo por mais 48 horas. Quando o infusor era retirado, os sintomas vinham com força total. A cada sessão, os efeitos colaterais pioravam. A sensibilidade ao frio era insuportável. Na 10ª sessão, chorei muito, sentia que não aguentava mais. Mas reuni todas as minhas forças e segui em frente.

Hoje, estou curada. Tive alta oncológica, sem sinais de recidiva ou metástase. Entrei na menopausa precoce e tenho algumas sequelas da radioterapia, mas todas contornáveis. Durante esse processo, me separei, mas o destino me reservou uma surpresa: reencontrei meu primeiro namorado, meu primeiro e único amor.

Se você está passando por algo parecido, tenha fé e não desista! Por mais difícil que seja, você e quem te ama merecem essa chance, por menor que pareça. Se sentir dor, chore. Se estiver cansado, desabafe. Permita-se sentir. Isso não é fraqueza. Afinal, quem passa por esse diagnóstico e tratamento é incrivelmente forte e admirável.

E nunca se esqueça: você não está sozinho! Espero que minha história possa trazer fé e conforto para quem está enfrentando esse desafio, porque sei o quanto é difícil. Por mais que tenhamos uma rede de apoio, só quem passou ou passa por isso entende o que realmente sentimos.

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