Ele chegou de repente, um câncer muito raro e totalmente assintomático, quando descobre costuma estar em estadio avançado. Falar isso para vocês me deixa com lágrimas nos olhos, por lembrar de todo aquele sofrimento...

 

A dor do diagnóstico certamente foi maior do que a perda, pois como falei, estava em estado avançado e todo o tratamento seria apenas paliativo. No Hospital do Servidor no Rio de Janeiro, fizeram um procedimento de colocar um dreno na vesicula para coletar a bile e foi colocada uma cestinha para o lado de fora(sendo grosseira com os nomes pq nao sei os corretos), mas nesse momento meu pai já não conseguia se alimentar e veio a grande perda de peso, faleceu pesando trinta quilos, um jovem senhor de 61 anos.

 

No final você já não pede para Deus curar, mas sim que o sofrimento acabe. E há exatos dois meses, o sofrimento acabou... fica a saudade que é grande, queria que ele estivesse aqui, mas que estivesse bom.

 

Meu pai, no final, nem de longe lembrava aquele homem forte e robusto que era: amava comer, mas no fim não sentia prazer em comer.

 

Tentei ser carinhosa ao máximo, evitei ficar falando da doença, já que isso poderia deixá-lo triste e até mesmo, indicar fraqueza. Falei todos os dias que o amava e isso me conforta.

 

Não devemos perguntar o porquê e sim para que? Tenho certeza que essa doença veio para algum propósito em nossas vidas.

 

Tivemos um último Natal com toda a família reunida, pude ver meu pai e minha mãe juntos novamente, detalhe que eles haviam se separado há mais de 20 anos, então posso te dizer que uniu nossa família.

 

Deixo meu abraço e te digo aguenta firme, força!