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  • VHSS - Câncer Colorretal
    Eu nem acreditei! Então, tinha uma saída!

Em novembro de 2005, meu pai chegou em casa com o resultado da colonoscopia nas mãos e pediu que eu procurasse na Internet o significado, embora ele já tivesse uma leve compreensão, pois sabia que carcinoma significava câncer.

E lá estava eu, com aquela palavra horrível na minha tela: câncer! Por um segundo ou dois, achei que havia digitado errado. Mas caiu a ficha: meu pai estava com câncer! Eu engoli em seco e disse para meu pai que não havia achado nada, que ele esperasse pelo médico.

Mas ele foi ao dicionário e também encontrou. Ele tentou parecer calmo, mas eu via o quanto ele estava nervoso. Eu também estava. Queria morrer, naquele momento, perdi o chão! Achei que era um castigo, que eu tinha feito algo de errado, pois meu pai sempre havia sido uma ótima pessoa, que se importava com os animais,como ele mereceria uma coisa dessas? Com certeza era um castigo para mim, Deus me odiava! Depois, me convenci que não existia nenhum Deus, pois se Ele existisse, não permitiria que eu passasse por isso! Nunca fiz mal a ninguém!

Logo, pegamos o telefone e marcamos uma consulta com um gastrologista, pois o do meu pai havia viajado. Eu não fui, não tive coragem. Estava esperando o médico dar a sentença final, ou seja, quantos meses ainda restavam! Meu pai foi com minha mãe e meu irmão e, quando voltaram, disseram que o médico havia dito que não era o fim do mundo, que tinha cirurgia.

Eu nem acreditei! Então, tinha uma saída! Eu preferiria mil vezes que fosse comigo, do que com ele. Meu pai é tudo para mim, não aguentava vê-lo sofrer. Ele operou no dia 05 de dezembro de 2005. Até chegar o dia da cirurgia, eu sofri muito, chorei muito. Todas as dúvidas surgiram na minha cabeça: será que vai dar certo, será que espalhou, será que ele vai sobreviver?

Nesse ínterim, fiz as pazes com Deus. Afinal, Ele havia nos dado o fardo, mas também a esperança. Orei muito, pedi muito, fiz várias promessas. Meu pai operou, e fez quimioterapia por 6 meses, toda semana. Foi outra fase terrível, sonolência, perda de apetite e paladar, problemas na visão, anemia, etc. Exames e mais exames, aflição.

Hoje, 2 anos e meio depois, ele está ótimo. Ninguém diz que ele teve câncer um dia. Acredito realmente que ele esteja curado, mas cada vez que ele vai refazer os exames é aquela angústia!
 
Mesmo assim, agradeço a Deus por meu pai ter tido essa doença nessa época em que a Medicina está tão avançada.
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